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A gravação fora feita pelo filho de Cerveró, Bernardo, por estar desconfiado que o outro advogado de seu pai, Edson Ribeiro, estaria fazendo um “jogo-duplo”. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
A gravação fora feita pelo filho de Cerveró, Bernardo, por estar desconfiado que o outro advogado de seu pai, Edson Ribeiro, estaria fazendo um “jogo-duplo”.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Na última quarta-feira (18), integrantes do grupo de trabalho da Operação Lava Jato na Procuradoria Geral da República receberam um telefonema da advogada do ex-diretor Nestor Cerveró, Alessi Br andão. Na conversa, ela contou que havia uma gravação de reunião com o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) tentando impedir a delação premiada do ex-diretor.

A gravação fora feita pelo filho de Cerveró, Bernardo, por estar desconfiado que o outro advogado de seu pai, Edson Ribeiro, estaria fazendo um “jogo-duplo”: atrapalhando o acordo de delação de seu pai para ganhar dinheiro de um acordo com Delcídio e excluir nomes da delação.

Os procuradores se interessaram pelo material. No mesmo dia, a advogada Alessi Brandão pegou um avião e foi a Brasília encontrá-los, levando a gravação. Chegou por volta das 21h. Conversaram e ouviram o arquivo de uma hora e meia. Naquele dia, o expediente só se encerrou após a meia-noite na PGR.

A conversa havia sido gravada por Bernardo no último dia 4 de novembro, em um quarto de hotel em Brasília. Contou com a presença do advogado Edson Ribeiro, do senador Delcídio e do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, todos presos. Antes da reunião, todos guardaram os celulares, para evitar gravações. Mas Bernardo havia levado um aparelho extra para conseguir gravar.

No dia seguinte ao encontro na PGR, a quinta-feira (19), procuradores saíram de Brasília e foram até o Rio de Janeiro obter um depoimento de Bernardo e até Curitiba ouvir Cerveró. Ambos confirmaram a história.

Naquele dia, Bernardo tinha marcado uma reunião com o grupo para debater o assunto, que teria a presença do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. Como os procuradores foram até seu encontro, ele avisou que não poderia comparecer. Enquanto conversava com os integrantes da PGR, a reunião ocorria e o advogado Edson Ribeiro até lhe mandava mensagens de celular fazendo relatos. Bernardo mostrou aos procuradores as mensagens.

Os procuradores passaram os próximos dias trabalhando em cima do pedido de prisão. Avaliaram que seria a única maneira de impedir que o delito continuasse a ser cometido. Ainda no domingo (22), protocolaram o pedido de prisão no Supremo Tribunal Federal, destinado ao ministro Teori Zavascki, relator dos casos da Operação Lava Jato.

Nesta terça (24), Teori deferiu as medidas, que ocorreram na manhã desta quarta-feira (25). Delcídio, Diogo e André Esteves foram presos. O advogado Edson Ribeiro estava no exterior e, por isso, ainda não foi detido.

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