O senador Flávio Arns (PR) entregou na manhã desta quinta-feira (27) ao diretório municipal do PT de Curitiba seu pedido de desfiliação. Ele afirmou que encaminhará nesta sexta-feira (28) a solicitação ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.
Arns já tinha anunciado a decisão na semana passada após o arquivamento de todas as ações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Na ocasião, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, enviou carta orientando os parlamentares petistas a absolver Sarney. Após os arquivamentos, Arns disse se sentir "envergonhado" por pertencer ao PT.
O anúncio oficial da saída foi feito em plenário nesta tarde. Arns disse não ter medo de que o partido peça o seu mandato à Justiça Eleitoral por infidelidade partidária. O ex-petista disse estar preparado para enfrentar um possível processo judicial. Ele argumenta que o partido não foi fiel a seus princípios.
"Meu mandato é secundário. Tenho absoluta certeza que para a sociedade, para os movimentos sociais o mais importante é o posicionamento. (...) O mandato é para estar em sintonia com a sociedade, fazer o que acho correto. Se vier uma briga judicial, estou preparado", disse Arns.
Em carta que encaminhou ao diretório de Curitiba, Arns reclama também do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador disse ter sofrido "discriminação" do presidente e de membros do partido.
A saída de Arns é a segunda baixa do PT no Senado neste mês. Na semana passada, a senadora Marina Silva (AC) já tinha deixado a sigla. Ela se filia neste domingo (30) ao PV, partido pelo qual deve disputar a Presidência da República.
O PT assistiu na semana passada também à "quase renúncia" do senador Aloízio Mercadante (SP) do cargo de líder da bancada. Após anunciar pela internet que sua saída era "irrevogável", Mercadante recuou depois de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pagamento
Na quarta-feira (26), Flávio Arns disse que irá repassar R$ 66 mil aos cofres do PT para deixar o partido. Pelo estatuto do partido, parlamentares devem contribuir com o equivalente a 20% de seus salários líquidos com o caixa do PT. Arns não fazia o repasse de sua contribuição desde 2007. O salário mensal de um senador é de R$ 16.609.
O senador afirmou ao G1 que pediu para o partido fazer o levantamento após ter decidido deixar a legenda, embora diga que há decisão de tribunais superiores contra a cobrança de percentuais. Arns disse que não vai reclamar na Justiça contra o pagamento.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Deixe sua opinião