Mesmo tendo afirmado em depoimento ao juiz Sergio Moro que tem um aneurisma cerebral, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha(PMDB-RJ) se negou fazer exames na manhã desta quarta-feira (8). O ato, para o diretor do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR), Luiz Alberto Cartaxo Moura, de falar sobre a enfermidade logo depois que a ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva morreu vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). é uma demonstração de esperteza do ex-parlamentar. “Mais do que oportunismo, é de uma esperteza maravilhosa”, afirmou.
O diretor do Depen afirmou também que, três dias depois de ser transferido para o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, Cunha informou ter um aneurisma, mas, apesar da solicitação dos médicos de que ele apresentasse exames, o ex-deputado não entregou nenhum. “Contesto veementemente as afirmações de Eduardo Cunha de que o CMP não oferece condições”, disse, afirmando que a unidade dispõe de um corpo clínico 24 horas.
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Leia a matéria completaCartaxo afirmou que ficou sabendo da condição de Eduardo Cunha pela imprensa e que solicitou que o ex-deputado fosse submetido a exames já nesta quarta-feira . De acordo com o diretor do Depen, Cunha foi informado de que deveria fazer um exame nesta manhã, mas se negou a fazê-lo. A justificativa é que o ex-deputado gostaria de ser atendido pelo médico particular, o que é um direito de qualquer réu.
Por se recusar ao fazer o exame sob custódia do estado do Paraná, Cunha recebeu uma infração leve por desobediência. No sistema penal, a soma de infrações leves com infrações médias ou graves constam na ficha no detento, que, ao longo do tempo, pode atrapalhar na progressão de pena caso o ex-deputado venha a ser condenado na Operação Lava Jato.
Cartaxo também rebateu a defesa do ex-deputado, que disse não ter sido informada sobre qualquer tipo de procedimento. “Ele é um custodiado, a defesa não precisa ser informada sobre estes procedimentos”, disse.
Cunha sofre de pressão alta
Eduardo Cunha sofre de pressão alta e toma uma série de medicamentos dentro do Complexo Médico Penal, que são administrados diariamente. De acordo com o diretor do Depen, não há registro de nenhum problema de saúde que o ex-parlamentar pode ter tido desde que chegou ao estabelecimento, em 19 de dezembro de 2016. “O risco de um AVC é o mesmo se ele estiver em casa ou em qualquer outro lugar”, comentou.