Um dos seis foragidos da Operação Xeque-Mate, o gerente de casa de bingo Ari Silas Portugal, se apresentou na tarde desta sexta-feira (8) na Superintendência da Polícia Ferderal de Campo Grande (MS). De acordo com a PF, ele prestará depoimento ainda nesta sexta-feira.
A Operação Xeque-Mate investiga a exploração de máquinas de caça-níqueis. Na segunda-feira (4) prendeu 76 pessoas em seis estados e nove ficaram foragidos. Na terça (5), foram presos o ex-deputado estadual pelo Paraná, Nilton Cezar Servo e seu filho, Victor Emanuel Servo. Nilton, segundo a Polícia Federal, seria um dos líderes da máfia dos caça-níqueis no País.
Anteontem (6), o médico e pecuarista, Hércules Mandetta Neto, se apresentou à PF. Agora, após Ari Silas Portugal ter se entregado, ainda são cinco os foragidos.
Prorrogação
A Polícia Federal deve solicitar nesta sexta-feira (8) a prorrogação da prisão temporária de pelo menos 50 dos 80 presos na Operação Xeque-Mate, que investiga a exploração de caça-níqueis e crimes de formação de quadrilha, corrupção e tráfico de influência.
Nilton Cezar Servo e o compadre do presidente Lula, Dario Morelli Filho, são os primeiros da lista de acusados que a PF quer manter presos por ao menos mais cinco dias. Com o vencimento da prorrogação, a polícia poderá solicitar ainda prisão preventiva por tempo indeterminado.
Na quinta (7), o sobrinho de Nilton Servo, Andrei Cunha, aceitou entrar no programa de delação premiada. Cunha era gerente de uma casa de jogos.
A partir desta sexta, os advogados de defesa dos presos têm acesso ao teor das investigações. Desde as 8 horas da manhã, já havia advogados na Justiça Federal para retirar cópia do inquérito, que possui cerca de 40 CDs. No material, constam documentos e também gravações telefônicas.
Reação
Entre os suspeitos apenas dois não tiveram prisão decretada, entre eles o irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá. Na quinta, Lula se irritou ao ser questionado sobre o irmão. O presidente está em Berlim para uma reunião com líderes mundiais.
"Não acho justo, depois de uma reunião com cinco países importantes para tratar de um assunto dessa magnitude, você me perguntar uma coisa que eu poderia falar com você na segunda-feira, em São Paulo, na terça-feira em Brasília, na quinta-feira no Rio de Janeiro, aonde você quiser perguntar", respondeu a um jornalista.
Lula, que já deu declarações defendendo o irmão, preferiu deixar o assunto para depois. "Na segunda-feira, você pode me perguntar o que você quiser da política interna que lhe responderei de peito aberto e de coração muito aberto", completou.
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