O advogado Mário Sérgio de Oliveira, que defende Suzane von Richthofen, afirmou que foi transformado em réu depois da reportagem apresentada pelo Fantástico na noite deste domingo. Na reportagem, Oliveira e Denivaldo Barni, outro advogado da jovem, orientam Suzane para que chore e pareça frágil. De acordo com Oliveira, a edição da entrevista "não condiz com a realidade".

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A Rede Globo de Televisão afirma que "quando percebeu que os advogados apenas queriam usar a TV Globo como instrumento de uma farsa - para impressionar os jurados - não teve outra opção senão denunciar a farsa".

Por causa da entrevista, a seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) abriu uma sindicância sobre conduta dos advogados. Eles, que eram membros do Tribunal de Ética da instituição, foram afastados dos cargos.

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- A montagem não mostra que era um diálogo, porque cortam a voz dela (Suzane). Quando ela veio até mim, estava com a voz embargada, então, eu falei: 'Chore e diga que acabou a entrevista'. Se quisesse comover o público, pediria para ela continuar chorando - afirmou Oliveira, na tarde desta terça-feira, em entrevista coletiva em seu escritório.

Para o advogado, a análise da íntegra da gravação da TV Globo pode provar que não houve tentativa de comover a opinião pública. Ele negou que tenha pedido para Suzane chorar em frente às câmeras. Oliveira afirmou ainda que a reportagem da TV Globo quebrou o sigilo entre cliente e advogado e que ele não teria autorizado a divulgação da conversa. O advogado, no entanto, confirmou que pediu a Suzane para não comentar o crime.

- Era uma entrevista para relatar o perfil de Suzane, o que ela fazia durante o dia, os pássaros que cria. O motivo do crime vai para a plenária, durante o julgamento, e não para uma entrevista - afirma ele.

Oliveira disse ainda que a entrevista prejudicou a cliente dele porque aumentou o preconceito em relação a ela, mas afirmou que "Suzane merece justiça" e ele continuará na defesa dela.

- Se partir do conceito que quem comete um crime não pode se regenerar, então vamos partir para a pena de morte - disse, acrescentando que a estudante apresentava um comportamento doce e educado antes de conhecer os irmãos Christian e Daniel Cravinhos e que voltou a apresentar o mesmo comportamento depois de romper o relacionamento com Daniel.

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Veja na íntegra a nota divulgada pela TV Globo:

"A Globo, como disse, vinha tentando uma entrevista com Suzane desde que ela saiu da prisão. Assim como todos os jornais impressos de São Paulo e revistas. Trata-se um assunto jornalístico quente.

A Globo gravou a conversa dos advogados sem notar, porque os gravadores já estavam abertos e captaram a conversa. Quando percebeu que os advogados apenas queriam usar a TV Globo como instrumento de uma farsa _ para impressionar os jurados _ não teve outra opção senão denunciar a farsa. Ou se esperava que a Globo compactuasse com os advogados a favor da sua cliente? A Globo está apenas ao lado da verdade. Se a entrevista era uma farsa, ela assim deveria ser mostrada. A Ética jornalística nos impõe isso.

É tudo o que temos a declarar. Todo o resto é auto-explicativo. Basta ver a fita. Se outro veículo agiria de forma diferente _ compactuando com os advogados mesmo sabendo que se tratava de uma farsa, este não é um problema nosso.

Mesmo que não tivéssemos captado o áudio, diríamos o que a repórter presenciou: entrevista com choro sem lágrima, olhares de aprovação para os advogados, cenas montadas. É assim que o bom jornalismo age. Informando os espectadores sobre as circunstâncias das entrevistas."

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