De olho no segundo turno da eleição para a Prefeitura do Rio, o candidato Fernando Gabeira (PV) já começou a costurar o apoio do PSOL e disse que pretende procurar também o petista Alessandro Molon, que saiu derrotado das urnas municipais.

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Gabeira disse ainda querer distância dos candidatos "ficha suja" e criticou a eleição de políticos presos e acusados de crimes para a Câmara de Vereadores. Ao ser perguntado sobre uma possível aliança com Jandira Feghali (PC do B), Gabeira admitiu estar ciente de que dificilmente terá apoio oficial dos partidos que compõem a base aliada do governo Lula.

"Todas as compatibilidades são possíveis. Só queremos esperar um pouco o momento para procurá-los também (sobre Jandira). Embora a gente não considere muito viável que o Partido Comunista do Brasil nos apóie, nem eu considero viável que o Partido dos Trabalhadores oficialmente me apóie. Eu acredito que existem lideranças partidárias e os eleitores dos partidos. Minha prioridade são os eleitores."

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PSOL

Gabeira disse que já recebeu telefonemas de deputados e já procurou algumas pessoas para iniciar conversações. Entre elas, está o candidato derrotado pelo PSOL Chico Alencar e o deputado estadual Marcelo Freixo, do mesmo partido, que preside a CPI das Milícias na Assembléia Legislativa do Rio. Segundo Gabeira, Molon também será procurado.

"Muitas coisas que o PT propôs também proponho. Acho que teríamos uma possibilidade de aproximação, senão aproximação do partido, uma aproximação com as pessoas que aceitaram esse programa. Até quarta-feira já estaremos apresentando o resultado dessas conversações", disse Gabeira.

Ainda sobre alianças, Gabeira disse ainda que não descarta nenhum partido, desde que aceitem suas regras, que incluem não vincular o apoio a futuros cargos na administração pública.

"Desde que (os partidos) compreendam que a máquina administrativa não vai ser usada politicamente. Queremos uma administração competente, profissional. Todos seriam bem-vindos se aceitassem essas regras".

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Ficha suja

O candidato descartou ainda o apoio de políticos com ficha suja, que estão com problemas na polícia ou até presos, e disse buscar a "união de homens e mulheres de bem". Gabeira criticou ainda o fato de a nova composição da Câmara de Vereadores manter problemas do passado, como candidatos que receberam votos mesmo estando presos ou sendo acusados de crimes. Mas disse que a composição da casa teve uma melhora.

"Há problemas de pessoas que estão presas, que estão sendo acusadas de crimes, pessoas que foram questionadas durante a campanha. No entanto, em relação ao passado, a correlação de forças mudou para melhor, a composição de pessoas bem intencionadas e capazes de contribuir aumentou".

Marcelo Crivella

Perguntado sobre a possibilidade de herdar parte dos votos de Marcelo Crivella (PRB), Gabeira também se mostrou cético.

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"Acho difícil. A cabeça do eleitor não tem dono. É muito difícil o dono dos votos levar esses votos para uma nova posição no segundo turno. Quando há afinidade ideológica sim. Nesse caso, eu acho que os votos de pessoas que, de uma certa maneira, não concordam com a nossa visão de tolerância religiosa podem não vir para mim. Mas todos aqueles que acham que a tolerância religiosa é um valor a ser defendido e perseguido, acho que estarão comigo".

Eduardo Paes

Sobre seu oponente nas urnas Eduardo Paes, Gabeira disse que buscará manter o nível dos debates e que não teme o uso da máquina do estado na disputa eleitoral.

"Poderia até usar, mas nós e o TRE estaremos atentos. Não vai ter um poder maior do que no primeiro turno. Falo que já enfrentamos a máquina municipal, federal, estadual e universal. A estadual e universal já vencemos", brincou o candidato.

Apoio de Lula

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Gabeira disse ainda não ter certeza da força de um possível apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Eduardo Paes.

"O apoio do governo Lula pode ter sido decisivo em algumas cidades, pode ter sido não decisivo em outras, Acho que é uma incógnita que nós só saberemos se o presidente Lula apoiar alguém e se envolver na campanha".

Ao comentar os próximos passos de sua campanha, o candidato do PV disse que vai centrar suas forças na Zona Oeste, onde pretende "morar" dois dias na semana na casa de amigos.

Ele afirmou que vai priorizar a prevenção de uma epidemia de dengue e que pretende licitar e organizar o sistema de transportes de ônibus do Rio. No quesito segurança, seus planos incluem a criação de um gabinete integrado da Prefeitura, do estado e do governo estadual.

"Estamos analisando o orçamento para saber os limites de investimento na cidade".

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