No início da manhã desta quinta-feira (14), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Mercúrio na Coordenação da Receita Estadual do Paraná. Ação ocorreu na sede do órgão, no Centro, em Curitiba, em residências, empresas e escritório de contabilidade.
Líder da ‘organização’ vai responder processo em liberdade
- LONDRINA
- Da Redação do JL
O ex-inspetor geral de fiscalização da Receita Estadual Márcio de Albuquerque Lima, considerado pelo Gaeco líder da suposta “organização criminosa” investigada na Operação Publicano, vai responder ao processo em liberdade. O grupo é acusado de favorecer a sonegação fiscal mediante o pagamento de propina. Além de auditores, contadores e empresários também são acusados de fazer parte da “organização criminosa”. Lima foi beneficiado por decisão do ministro Sebastião Reis Júnior, da 6ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concedeu liminar no pedido de habeas corpus feito pelos auditores fiscais José Luiz Favoretto, Olando Aranda e Rosângela Semprebom.
Nesta quinta-feira (14), o ministro estendeu a decisão a Lima e a outros investigados. Além de ser considerado o líder do suposto esquema, Lima é próximo ao governador Beto Richa (PSDB), de quem é companheiro em provas de automobilismo, como as 500 milhas de Londrina.
Com isso, já são seis auditores fiscais e três empresários liberados para responder em liberdade.
Repercussão
A reportagem não conseguiu contato com nenhum representante do Ministério Público para comentar o assunto. A primeira fase da Operação Publicano tem 62 réus e 70 fatos levantados pelo Gaeco.
A operação envolveu o cumprimento de três mandados de prisão temporária, seis de busca e apreensão, 14 conduções coercitivas e sequestro de bens – em princípio, dinheiro. O Gaeco investiga a associação criminosa, para sonegação fiscal, que envolvia um auditor da Receita , um empresário e um contador .
Foram presos o auditor Jorge de Oliveira Santos, o contador Rogério Spinardi e o empresário Walter Nicolau Filho. Walter é dono de várias empresas, em diversos ramos, na região de Londrina e na Região Metropolitana de Curitiba. São apurados os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e sonegação fiscal, cometido em associação pelos investigados.
Em princípio, a operação feita na manhã da quinta pelo braço policial do Ministério Público (MP) é um desdobramento da Operação Publicano, deflagrada em março deste ano. Nessa última operação, a investigação, com foco em Londrina, apontou que empresários e auditores tinham esquema de pagamentos de subornos para bloquear cobranças milionárias em impostos estaduais. Em Curitiba, a operação foi batizada de “Mercúrio”.
Na investigação inicial, a Publicano, houve menção a esquema parecido na capital. “O possível esquema em Curitiba foi mencionado nas investigações em Curitiba. Nós fizemos a apuração e esse é o primeiro desdobramento. Foram apreendidos computadores e documentos, que serão investigados e, a partir daí, podem surgir outras situações”, comentou o coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti.
Protesto
O começo do dia foi agitado na sede da Receita. Além da operação, professores em greve da rede estadual de ensino fizeram, pela manhã, um novo protesto contra o governo do Paraná. Desta vez, eles se reuniram em frente à sede da Receita Estadual, no Centro de Curitiba, para uma manifestação contra o impasse sobre a data-base para o reajuste dos salários da categoria.
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