Francisco Garcez (PSDB) se manteve como presidente do Conselho de Ética da Câmara de Curitiba. O vereador colocou seu cargo à disposição dos outros membros do Conselho após ter seu nome envolvido em denúncias de irregularidades com a verba de publicidade da Casa. Noêmia Rocha (PMDB) e Dirceu Moreira (PSL) votaram a favor de seu afastamento; Jorge Yamawaki (PSDB) e Pastor Valdemir Soares (PRB) votaram contra. O próprio Garcez deu o voto de Minerva e se manteve no cargo.
O jornal Folha do Boqueirão, dirigido pelo vereador oficialmente até setembro de 2011, recebeu R$ 31,5 mil em verbas de publicidade da Câmara, o que é ilegal. A denúncia foi feita pela série "Negócio Fechado", da Gazeta do Povo e da RPC TV. Garcez alega que deixou o jornal assim que assumiu o cargo de vereador, em 2009, mas por uma questão tributária só registrou oficialmente sua saída dois anos depois. Ele disse que o jornal depositou judicialmente R$ 31,5 mil até o caso ser esclarecido.
"Minha decisão foi tomada em função do empate que houve. Resolvi não me afastar porque não há nenhuma acusação formal. Além disso, neste momento há alguns processos em aberto [no Conselho], quero poder concluir alguns trabalhos e pendências", declarou. O vereador afirmou que tem a consciência tranquila. "Eu não sou ladrão, eu não me apropriei de dinheiro público, não causei nenhum dano aos cofres públicos. Foi um erro de desligamento de prazo", afirmou. Ele disse que irá se afastar caso seja aberto qualquer processo disciplinar contra ele.
Durante a reunião, Garcez chegou a mencionar que até desistiu de receber publicidade da prefeitura de Curitiba no jornal após se eleger vereador, por causa de seu mandato. Questionado sobre a incoerência de desistir das propagandas da prefeitura e aceitar as da Câmara, ele disse se tratar de um "equivoco ético" da administração do jornal.
Votação
Yamawaki e Soares justificaram o apoio a Garcez no cargo porque não havia nenhum processo investigativo na Câmara contra o vereador. A posição foi questionada pela vereadora Professora Josete (PT), que estava presente na reunião e alegou que a oposição apresentou um requerimento pedindo seu afastamento na quarta-feira pedido este que foi rejeitado pela Mesa Executiva.
Noêmia enalteceu a atitude de Garcez de colocar seu futuro em votação, qualificando-a como "nobre", mas afirmou que votar pela sua permanência seria incoerente com o pedido de afastamento feito anteriormente, do qual foi signatária. Dirceu afirmou que seu afastamento da presidência daria mais legitimidade aos trabalhos do Conselho.
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