A contratação de pesquisas de opinião pública é um dos "serviços técnicos profissionais" preferidos pelos deputados estaduais. Nessa categoria de despesa podem ser pagos profissionais para prestar consultoria em qualquer área. A novidade é o uso do dinheiro para "ouvir" a população.
Só no mês de agosto, quatro parlamentares encomendaram pesquisas. Todos garantem que não são sondagens eleitorais para medir as intenções de voto do eleitorado sobre a disputa a uma cadeira na Assembleia Legislativa no próximo ano.
A deputada Cida Borghetti (PP) foi a que mais gastou. Foram R$ 8 mil para a Data Vox Brasil Assessoria em Pesquisas de Maringá, de propriedade de Manoel Luiz Garcia. A reportagem fez várias ligações para a empresa, mas ninguém atendeu o telefone.
O pagamento da pesquisa foi feito no mesmo período em que o deputado federal Ricardo Barros (PP), pré-candidato ao Senado e marido de Cida Borghetti, divulgou números de intenção de voto para a eleição de 2010.
A deputada nega que o levantamento tenha finalidade eleitoral e diz que contrata pesquisas para conhecer os principais anseios da população para apresentação de projetos. A última teria sido usada para formular um requerimento pedindo melhorias na integração do transporte coletivo da região metropolitana de Maringá.
Segundo Cida Borghetti, com base nos resultados da pesquisa ela apresentou um requerimento, no dia 13 de julho, solicitando ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) a integração de linhas metropolitanas de ônibus com desconto no preço da passagem entre Sarandi e Paiçandu.
Na lista dos que mais gastaram em serviços técnicos profissionais, Mauro Moraes (PMDB) aparece em segundo, com despesas de R$ 5 mil. Ele diz que usou o dinheiro para contratar assessoria jurídica para elaborar projetos de lei.
Em seguida, vem Marcelo Rangel (PPS), que pagou R$ 4,5 mil ao Instituto Datacenso de Pesquisa, do município de Quatro Barras. "Foi para medir o desempenho do meu trabalho, aceitação, rejeição e as principais preocupações da população nos Campos Gerais", afirma Rangel.
Outros que usaram parte do dinheiro da verba de ressarcimento com pesquisas foram Ademar Traiano (PSDB), no valor de R$ 4,1 mil, e Luiz Fernandes Litro (PSDB), que desembolsou R$ 4 mil. Ambos contrataram a Radar Assessoria e Estatística, de Francisco Beltrão. "Sempre fiz pesquisas para saber se eu estou trabalhando certo ou não", justifica Litro.
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