Um boletim de ocorrência da Infraero, entregue ao comando da Aeronáutica, relata que o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, conseguiu embarcar num vôo comercial lotado porque deu ordem para impedir a decolagem. O general nega.

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O comandante do Exército chegou ao aeroporto de Viracopos, em Campinas, na Quarta-feira de Cinzas, 15 minutos antes da hora do embarque do seu vôo para Brasília. O vôo estava fechado e lotado porque ocorrera um overbooking. Autorizado pela empresa, o avião já taxiava, rebocado por um trator, o chamado pushing back, quando recebeu uma determinação do Departamento de Aviação Civil para parar e abrir as portas. Um casal de passageiros desceu, cedendo lugar ao general e sua mulher.

Em entrevista à TV Globo, o general disse que não deu qualquer ordem ao DAC ou à companhia que parasse o avião ou que tirasse passageiros já embarcados.

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- Não, não, não. Que eu saiba não e ninguém pediu não. E ninguém pediu. Ninguém pediu. De forma nenhuma. A minha gente não é disso.

O relatório da Infraero, porém, informa que, ao contrário do que dissera o general, as malas dele não chegaram a ser despachadas com antecedência. Justamente por causa do excesso de passageiros. Mas, segundo o documento, foi acionado um fiscal do DAC, chamado suboficial Agostini e que após ter recebido uma determinação do general Albuquerque, o suboficial ligou para a torre, a fim de impedir a saída da aeronave.

O general contestou o relatório e voltou a dizer que apenas reclamou seus direitos.

- Quando eu percebi que não ia embarcar eu solicitei à administração do aeroporto e à própria companhia que dessem uma solução para esse problema. Agora, a solução, essa não dependeu da minha atitude. Eu tenho certeza que a minha conduta foi a de um cidadão, preservando seus direitos- justificou o general.

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