Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

A ex-contadora da GFD Meire Poza afirmou nesta quarta-feira (11) que a empresa de fachada controlada pelo doleiro Alberto Youssef se evolveu no esquema denunciado na Operação Lava Jato a partir da emissão de notas fiscais para a Mendes Junior. "A GFD começou a se envolver diretamente a partir da Mendes Junior. Até então o Alberto [Youssef] não misturava os negócios dele com a GFD. Ele preservava a GFD", disse Meire.

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Segundo a contadora, a GFD emitiu cerca de R$ 4 milhões em notas frias para a Mendes Junior desde 2012. "Nunca houve a prestação de serviços de nenhuma nota emitida pela GFD", disse. Segundo a contadora, a empresa de fachada de Youssef também emitiu notas para as empresas Sanko Sider, Paranasa, Engevix.

Em relação à UTC, Meire comentou que o presidente Ricardo Pessoa mantinha uma relação bastante próxima com Youssef. "Eles tinham amizade, eles tomavam café juntos todo os sábados", afirmou.

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Arrependimento

O empresário Leonardo Meirelles afirmou nesta quarta-feira (11) que se arrepende de participar do esquema da Lava Jato. "Cometi um erro e estou aqui pagando por isso", disse o dono da empresa Labogen ao sair da audiência de hoje na Justiça Federal.

A empresa Labogen foi usada por Youssef para emissão de notas fiscais frias para as empresas de fachada MO Consultoria, RCI Software e Hardware e Empreiteira Rigidez – usadas para lavar dinheiro do esquema. Meirelles recebia 1% do valor das notas a título de comissão."Não sou, nunca fui laranja dele [Youssef]. Minha companhia existe há 28 anos. Já salvou muitos brasileiros no tratamento da AIDS", disse Meirelles. A Labogen firmou um contrato de R$ 150 milhões com o Ministério da Saúde para fornecimento de insumos farmacêuticos. O contrato teria sido intermediado pelo deputado cassado André Vargas (sem partido) e está sob investigação da força tarefa da Lava Jato. "Não houve nenhuma irregularidade na construção desses projetos", disse Meirelles.AudiênciaMeire e Meirelles foram ouvidos como testemunhas de acusação na ação penal contra executivos da Mendes Junior, da UTC e funcionários da GFD. Também serão ouvidos nesta quarta-feira (11) os executivos da Toyo Setal Julio Camargo e Augusto Mendonça, que firmaram acordo de delação premiada com o MPF.