O ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pediu para o Ministério Público Federal e a Polícia Federal investigar indícios de irregularidades em relação a duas empresas que prestaram serviços para a campanha de Dilma Rousseff de 2014.
Segundo informações prestadas pela Secretaria de Fazenda de Minas Gerais, as empresas Door2Door Log Serviços e a DCO Informática Comércio e Serviço tiveram seus cadastros bloqueados de forma suspeita.
No caso da Door2Door, em junho de 2011 houve o bloqueio compulsório da inscrição estadual, porque não foram apresentadas declarações fiscais. Em maio de 2012, o cadastro foi reativado. Em setembro de 2015, houve novo bloqueio compulsório da inscrição estadual pelo mesmo motivo.
A DCO teve sua inscrição estadual cancelada sem justificativa em outubro de 2004. Em junho de 2006, a inscrição foi bloqueada compulsoriamente, porque não havia endereço do estabelecimento cadastrado. Em dezembro de 2007, o cadastro foi reativado. Em março de 2014, a inscrição estadual foi novamente bloqueada, por falta de apresentação de declarações fiscais. Em setembro de 2014, no auge da campanha, o cadastro foi reativado. Em junho de 2015, a inscrição estadual foi bloqueada por “desaparecimento do contribuinte”. Em outubro do mesmo ano, houve o cancelamento definitivo da empresa.
Gilmar é relator da prestação de contas de campanha de Dilma. Embora a contabilidade da candidata petista já tenha sido aprovada pelo plenário do TSE em dezembro de 2014, logo depois das eleições, o ministro pediu a investigação de vários indícios de irregularidades à PF, ao MP, à Receita Federal e a outros órgãos de fiscalização. Na maior parte dos casos, há suspeita de que empresas de fachada receberam recursos da campanha de forma indevida.
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