O ministro do Supremo Tribunal de Federal (STF) Gilmar Mendes reafirmou hoje que o ex-presidente Lula conversou com ele sobre um possível adiamento do julgamento do mensalão. "O presidente disse da importância do julgamento do mensalão de que, se possível, não se julgasse esse ano, que não haveria objetividade. Eu objetei então que não me parecia possível adiar esse julgamento", disse Mendes em entrevista à TV Globo.
O ministro afirma ter argumentado com Lula que o adiamento do julgamento significaria a não participação dos ministros Cesar Peluzo e Ayres Brito, que irão se aposentar neste ano.Mendes ainda rebateu a negativa do ex-ministro Nelson Jobim, que confirmou o encontro de Lula e Mendes em seu escritório, mas negou o teor da conversa."Claro que houve a conversa sobre o mensalão e o ministro Jobim sabe disso", afirmou Mendes.
Segundo reportagem da revista "Veja", Mendes relatou que, em encontro em abril, Lula propôs blindar qualquer investigação sobre ele na CPI que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários. Em troca, o ministro apoiaria o adiamento do julgamento.
"Depreendi dessa conversa que ele estava inferindo que eu tinha algo a dever nessa conversa da CPMI", disse o ministro do STF para a TV Globo. Ele ainda afirma que se sentiu perplexo com a situação.
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