O representante da empreiteira Mendes Júnior Cláudio Gontijo negou, em depoimento à corregedoria do Senado nesta terça-feira (5), que tenha usado dinheiro próprio ou da construtora para fazer repasses à jornalista Mônica Veloso, com quem o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem uma filha de três anos.

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Durante o depoimento de cerca de duas horas, Gontijo detalhou os pagamentos feitos a pedido e com recursos de Renan. Mônica recebeu três tipos de repasses: um desembolso total, uma única vez, em dinheiro de R$ 40 mil, referente a um ano de aluguel; R$ 8 mil por mês de pensão por conta da filha; e R$ 4 mil referente à proteção de segurança particular.

"O senador Calheiros assumiu espontaneamente a paternidade de sua filha. As prestações alimentícias devidas à criança foram também pagas por ele: pagas de forma espontânea e exclusiva. Tudo sem a mínima participação da construtora onde Gontijo trabalha há mais de 15 anos", disse o advogado e irmão do representante da Mendes Júnior, Segismundo Marques Gontijo.

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O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), afirmou que Gontijo foi convincente, sereno e estava tranqüilo durante todo o depoimento. Para Tuma está claro que Renan dispunha de recursos suficientes para manter os pagamentos à Mônica. "É preciso confirmar agora com a Mônica Veloso porque deve ter diversos extratos (bancários) que confirmam os depósitos que o Gontijo disse que fez em nome do Renan", afirmou. Ainda não está definida uma data para ouvir a jornalista.

Segundo Tuma, Renan entregou dinheiro vivo a Gontijo na maioria das vezes. Segundo ele, apenas em um mês, não especificado qual, o presidente do Senado teve de dar um cheque para complementar o pagamento. "Mas ele disse que, por orientação do Renan, foi na agência bancária para sacar o valor do cheque para entregar dinheiro à Mônica", disse o senador do DEM de São Paulo.

Nesta quarta-feira (6), o Conselho de Ética reúne-se para discutir se instala um processo por quebra de decoro contra Renan. Por sugestão do presidente do órgão, senador Sibá Machado (PT-AC), a definição sobre o processo deve ser adiada novamente. O argumento é dar mais tempo para os membros do Conselho analisarem as documentações. Tuma também descartou entregar um relatório na quarta sobre sua apuração na corregedoria.

O presidente do Senado entregou ao corregedor documentos sobre sua movimentação financeira rural. Tuma disse que ainda não analisou essas últimas informações. O senador do DEM afirmou que fez um cruzamento com base nos Impostos de Renda dos últimos cinco anos com os comprovantes bancários de Renan. Ele disse que apresentará sua conclusão apenas ao Conselho de Ética.

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