O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), exonerou da administração o assessor especial Lúcio Fiúza Gouthier, homem de sua confiança. Segundo a assessoria de imprensa do governo, a exoneração foi pedida por Fiúza, que teria alegado "razões particulares" para deixar o governo.
A saída do agora ex-assessor ocorre depois da revelação, feita na última sexta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que o jornalista Luiz Carlos Bordoni aponta Fiúza como responsável por um depósito de R$ 45 mil na conta de sua filha, Bruna Bordoni, feito pela Alberto e Pantoja, empresa fantasma que, segundo a Polícia Federal, era comandada por Carlinhos Cachoeira.
O jornalista sustenta que o pagamento se referia a uma dívida pelos serviços que prestou à campanha de Perillo nas eleições de 2010. Bordoni era o responsável pelo programa de rádio e fazia também as vezes de locutor. Ele alega que só se deu conta na semana passada de que o depósito foi feito pela Pantoja, quando sua filha foi citada como beneficiária da empresa, durante o depoimento do senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO) ao Conselho de Ética.
O jornalista também afirmou que recebeu de Fiúza, em 2002, no apartamento do ex-assessor, dois pagamentos em dinheiro vivo por dívidas referentes a serviços que prestou à campanha de Perillo naquele ano. Fiúza nega as acusações e sustenta que não participou de contratação nem de pagamento de qualquer profissional na campanha de 2010.
Além das declarações de Bordoni, o ex-assessor também foi envolvido na crise que assola o governo goiano em outros dois episódios. Um deles, a transação que envolveu a venda da casa de Perillo onde Cachoeira foi preso - Fiúza é citado pelo comprador do imóvel, o empresário Walter Paulo, como responsável por receber a quantia de R$ 1,4 milhão pela venda da casa do governador. Congressistas integrantes da CPI do Cachoeira ainda tentam entender se o pagamento da casa foi feito com três cheques ou em dinheiro vivo.
Fiúza também é suspeito de ter recebido R$ 500 mil que teriam sido enviados pelo braço direito de Cachoeira, Wladimir Garcêz, ao Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, em uma caixa de computador.
Outras saídas
Além de Fiúza, outros 15 assessores especiais do governador também foram exonerados. Conforme o assessor de imprensa do governo, Isanulfo Cordeiro, a saída ocorre por causa da proximidade com o período eleitoral, já que, segundo ele, a maioria deles se candidatará em outubro. O Grupo Estado, no entanto, não conseguiu verificar nenhum caso em que isso vá ocorrer. O documento que determina as exonerações data de 4 de junho e foi assinado por Perillo. Deve ser publicado no Diário Oficial de Goiás de segunda-feira, mas já circulava nesta quarta-feira em repartições oficiais do Estado.
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