Os senadores da base aliada cumpriram o combinado entre eles e não apareceram na sessão marcada para a tarde desta quarta-feira (10) para a instalação da CPI da Petrobras. Sem quorum, a reunião não aconteceu e a eleição do presidente e a escolha do relator foram novamente adiadas. A ausência governista se deve ao impasse na CPI das ONGs, onde os integrantes da base aliada perderam a relatoria para a oposição.
Senador mais velho da CPI, Paulo Duque (PMDB-RJ) é o responsável por presidir a sessão. Ele chegou ao plenário com dez minutos de antecedência e foi o único governista a aparecer. Com o fato consumado, ele anunciou que a sessão não seria instalada e abriu espaço para que os três oposicionistas presentes fizessem seus protestos.
Autor do requerimento de criação da comissão para investigar a Petrobras, Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que o adiamento não é bom para o governo e denota que há medo da CPI. "Fica a impressão que há um escândalo maior que se esconde na administração da Petrobras. Se não fosse isso, o comportamento seria diametralmente oposto". O tucano voltou a falar em ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a instalação.
O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), já anunciou que os aliados não irão comparecer em nenhuma reunião de CPIs enquanto não obterem de volta a relatoria da investigação sobre ONGs.
Uma trapalhada da base aliada permitiu ao presidente da comissão, Heráclito Fortes (DEM-PI) nomear Arthur Virgílio (PSDB-AM) para a relatoria no lugar de Inácio Arruda (PC do B-CE). Os governistas desejam reaver o cargo. Caso contrário, não darão quorum para mais nenhuma investigação.
No caso da CPI da Petrobras, por exemplo, são titulares oito governistas e três oposicionistas. Para a abertura da sessão, são necessários seis senadores, o que exige a presença de pelo menos três da base aliada.
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Síria: o que esperar depois da queda da ditadura de Assad
Deixe sua opinião