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Entenda a CPMF

• O chamado "imposto do cheque" nasceu em 1993, em caráter "temporário", como Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), com o fim de sanear as contas do Executivo e facilitar o lançamento do Real. Em 1996, com a sigla alterada para Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), passou a reforçar o Fundo Nacional de Saúde.

• O atributo provisório do imposto não foi respeitado. Hoje, o dinheiro arrecadado ajuda a pagar várias contas do governo na área social. Em 2006, a CPMF representou R$ 32 bilhões para os cofres da União.

Até aliados fazem exigências para apoiar CPMF

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), deu a senha: disse nesta quarta-feira que o momento é de agradar à base aliada na discussão sobre a prorrogação da CPMF, depois que o PSDB rejeitou o pacote de propostas oferecido pelo governo. Leia matéria completa

Em reunião do ministro da Fazenda, Guido Mantega, com senadores da base aliada, que durou três horas, foi fechado um acordo que prevê a redução da alíquota da CPMF a partir de 2008 em 0,02 ponto percentual por ano, até chegar a 0,30% em 2011. O ministro cedeu ainda em dois pontos: o envio da reforma tributária ao Congresso até 30 de novembro e o limite anual de gastos com pessoal em 2,5% do PIB mais a inflação. O acordo foi feito para aprovar a continuação do imposto até 2011. A proposta de emenda constitucional já foi aprovada na Câmara e encontra resistência no Senado.

Pelos cálculos do governo, essa redução da alíquota do imposto do cheque representará um impacto de R$ 20 bilhões em quatro anos. Para que a proposta de emenda constitucional não tenha que voltar para a Câmara, será mantido o texto original, que já prevê a redução da alíquota. A redução da alíquota em 2008 - dos atuais 0,38% para 0,36% - estará prevista em medida provisória.

O acordo prevê a isenção do pagamento da CPMF para todos aqueles que ganham até R$ R$ 2.894. Na verdade, os trabalhadores serão isentos porque terão compensação dos gastos com a CPMF na alíquota da contribuição previdenciária, que terá redução equivalente com o que eles gastam com o imposto do cheque. Hoje esse mecanismo já é utilizado para quem ganha até três salários mínimos (R$ 1.140).

O ministro da Fazenda afirmou que o acordo foi conquistado "a duras penas", com cessões da equipe econômica e dos senadores da base.

- Cada um cedeu um pouco. O custo para o governo será até maior do que na proposta feita ao PSDB, que não reduzia a alíquota e isentava os ganham até R$ 4.340 via Imposto de Renda - disse o ministro.

Mantega negou que a perda de arrecadação que haverá com o acordo com líderes aliados vá causar um desequilíbrio fiscal, já que ao mesmo tempo que o governo reduziu a alíquota do imposto e isentou uma maior faixa de renda, comprometeu-se a investir R$ 24 bilhões a mais em saúde nos próximos quatro anos. O total de perda do governo até 2011 deverá ser de R$ 23,2 bilhões, sendo R$ 20 bilhões pela redução progressiva da alíquota e R$ 3,2 bilhões pela isenção para a faixa de renda de até R$ 2.894.

- O país vai continuar crescendo no ritmo de 5% a 6% ao ano, de modo que acreditamos que haverá equilíbrio entre a proposta de desoneração feita agora e aquilo que vai acontecer com a arrecadação no futuro - disse o ministro.

Mantega e os senadores da base também decidiram pelo abono de R$ 24 bilhões para a área da saúde a ser concedido nos próximos quatro anos. Serão R$ 4 bilhões em 2008, R$ 5 bilhões em 2009, R$ 6 bilhões em 2010 e R$ 9 bilhões em 2011. Os recursos, que sairão da CPMF, já estão garantidos pela aprovação da emenda 29.

Mantega demonstra otimismo com aprovação nesta terça na CCJ

Ao chegar para o encontro, que também contou com a presença do ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, Mantega afirmou também acreditar na vitória do governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na tarde desta terça-feira, e acrescentou que estava indo ao Senado para construir a melhor proposta. O ministro aproveitou para atacar o relatório da Kátia Abreu (DEM-TO), classificando-o de simplista, criticando principalmente a proposta de reduzir em R$ 6,2 bilhões os gastos dos ministérios em 2008.

Oposição admite vitória do governo na CCJ

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), cumprimenta a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) durante leitura do relatório sobre a CPMF na CCJ do Senado. Kátia Abreu pediu o fim do imposto do cheque e Jucá apresentou relatório alternativo - Ailton de No relatório contra a prorrogação da alíquota de 0,38% da CPMF até 2011, apresentado na tarde desta segunda-feira à CCJ, a senadora Kátia Abreu afirma que os juros cairiam . e o Produto Interno Bruto (PIB) cresceria com o fim do imposto.

Para testar a fidelidade de sua bancada, o governo apresentará requerimento invertendo a pauta de votação. Quer votar primeiro o voto em separado do senador Romero Jucá (PMDB-RO) a favor da prorrogação da CPMF, deixando para depois a votação do relatório da senadora Kátia Abreu que é contra. Se tiver votos para aprovar o requerimento, o governo terá para derrotar o relatório de Kátia. Se não tiver, mandará seus aliados abandonarem a sessão. Sem quórum, a votação será adiada. O governo ganhará tempo para dar ordem unida à sua tropa. Se fracassar, Tião Viana (PT-AC), presidente em exercício do Senado, se valerá do regimento interno para levar o assunto diretamente ao exame do plenário.

Em conversas discretas com jornalistas, mediante a garantia de que suas identidades serão preservadas, vários senadores oposicioniastas antecipam a vitória do governo nesta terça. Nas contas de dois dos principais líderes da oposição que conversaram com o Blog do Noblat, o governo deverá vencer por 13 votos a 9 ou 12 a 10. O voto incerto é o do senador Pedro Simon (PMDB-RS).

Diante do risco de perder a batalha para a oposição na CCJ, o governo decidiu substituir o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que votaria contra a prorrogação da CPMF, por Ideli Salvatti (PT-SC). O petebista reagiu dizendo que agora, além de razões técnicas, tem motivo político para votar contra o imposto. Os aliados contam com pelo menos 12 dos 22 votos no colegiado.

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