Sob pressão dos próprios aliados no Congresso, o governo descartou nesta quinta-feira (4) realizar um plebiscito sobre a reforma no sistema político brasileiro para valer nas eleições de 2014. A ideia que mais ganha força é que seja realizada uma consulta popular sobre a reforma política no segundo turno da disputa eleitoral do próximo ano, com validade para as eleições de 2016.
A decisão foi anunciada pelo vice-presidente Michel Temer e o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) após se reunirem com oito líderes aliados da Câmara.
O governo nega que haja a construção de um discurso político para tentar uma saída honrosa após ver a ideia ser derruba pela própria base aliada. O vice-presidente, no entanto, admite que o plebiscito possa ser inviabilizado se o Congresso Nacional se antecipar e conseguir aprovar uma reforma política antes da consulta.
"É muito provável até, nós chegamos a discutir isso, o ministro José Eduardo Cardozo discutiu isso conosco, é muito provável que o Congresso Nacional possa vir a formatar um projeto de reforma política. A força motora de todo esse movimento é a ideia da reforma política", disse Temer. Dilma sugeriu a consulta popular para 2014 em resposta às manifestações de rua no país e enviou ao Congresso mensagem propondo que a população seja ouvida sobre cinco pontos. O plebiscito sugerido pela presidente discutiria mudanças no financiamento de campanhas eleitorais e no sistema de votação, o fim dos suplentes no Senado, do voto secreto no Congresso e das coligações partidárias para eleições de parlamentares.
A proposta de Dilma esbarrou em duas questões principais: nas reações de políticos que entendem que a presidente atropelou o Congresso ao impor pauta de discussão sem consultá-los e no tempo dado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) necessário para elaborar um plebiscito.
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