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Atualizado em 03/04/2006 às 18h52

Governo e oposição passaram a segunda-feira preparando suas armas para o duelo desta terça-feira na CPI dos Correios, quando poderá ser votado o relatório final apresentado pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), reafirmou a decisão do partido de trabalhar pela retirada, do texto, de todos os indiciamentos que não estejam embasados em provas conclusivas. O relator pede, por exemplo, o indiciamento de mais de 100 pessoas pela prática de crimes diversos, entre os quais corrupção ativa e passiva. A relação inclui o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

- Indiciamento, só com prova colhida, contundente. O que não for assim caberá ao Ministério Público continuar investigando - defendeu.

Já o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) vai protocolar emenda ao relatório final da CPI pedindo o indiciamento de membros da diretoria da Caixa Econômica Federal e do Banco de Minas Gerais por improbidade administrativa. O tucano alega que Osmar Serraglio apenas citou as irregularidades entre os dois bancos, mas não pediu o indiciamento. O senador protocolou na sexta-feira emenda que pede a responsabilização criminal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também por improbidade administrativa.

Ideli, por sua vez, informou que o deputado Maurício Rands (PT-PE) se reuniu com Serraglio, num esforço para chegar a um acordo sobre mudanças que o partido quer introduzir no relatório, inclusive a descaracterização da figura do mensalão, mesada que teria sido paga a parlamentares para que votassem a favor do governo ou trocassem de legenda a fim de aumentar a base governista.

A senadora petista afirmou que sua expectativa é a de que as negociações prosperem e que o próprio Serraglio venha a acolher as sugestões propostas por uma comissão partidária criada para esse fim. Outra hipótese, como adiantou, é a de que as alterações possam ser acrescentadas ao texto por meio da apresentação de votos em separado durante a votação do relatório. Por enquanto, observou, ainda é cedo para se falar na apresentação de um relatório paralelo pelo PT.

O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) fez, por sua vez, um apelo para que os partidos de oposição não façam acordos com o governo para aprovar o relatório final da CPI. Se houver pressões para amenizar o texto, seria preferível, para o senador, não aprovar o relatório e fazer uma representação junto ao Ministério Público.

- Toda vez que governo e oposição conciliam, quem perde é a Nação - disse, citando frase que atribuiu ao deputado Luiz Eduardo Magalhães, seu filho, falecido em 1998.

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