O governo federal irá apresentar nos próximos dias uma proposta de reajuste de 21% para todo o funcionalismo público, aí incluído os servidores do Judiciário, que estão em greve reivindicando justamente um aumento salarial – a proposta aprovada pela Senado de um aumento entre 53% e 78% para a categoria foi vetado nesta semana pela presidente Dilma Rousseff.
O assunto será discutido com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. A ideia é que o porcentual seja dividido em quatro parcelas, começando a ser paga em 2016. Lewandowski determinou que a negociação com o governo seja retomada. O assunto começará a ser debatido nesta quinta-feira (23) entre técnicos do STF e do ministério do Planejamento.
Para assegurar que o aumento será mesmo concedido em 2016, o governo informa que o reajuste constará na lei orçamentária para o ano que vem, que será encaminhada ao Congresso.
As estimativas do ministério do Planejamento são de que, se fosse concedido da forma com que foi aprovado no Senado, o reajuste teria impacto de R$ 1,5 bilhão no segundo semestre deste ano, de R$ 5,3 bilhões em 2016, de R$ 8,4 bilhões em 2017 e de R$ 10,5 bilhões em 2018. “Não dá para ser esse ano. Em 2015 é impossível, em face das dificuldades econômicas que o governo está passando”, afirmou o diretor-geral do STF, Amarildo Vieira de Oliveira.
Greve
Os grevistas já votaram nesta quarta-feira (22) pela continuidade do movimento. Ao todo, o custo da folha de pagamento dos 117, 5 mil servidores é de R$ 28 bilhões. A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal (Fenajufe) estima que pelo menos 70% dos servidores aderiram à greve.