O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, admitiu nesta terça-feira (1º) que o governo já se preocupa com a possibilidade de a construtora Delta deixar a execução de obras encabeçadas por ela em todo o País, em especial as do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Investigações da Polícia Federal apontam uma ligação entre a empreiteira e o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
De acordo com o ministro, que participou de festas do Dia do Trabalho em São Paulo, o governo já analisa tecnicamente como a empreiteira poderia ser substituída caso isso ocorra. "O Ministério do Planejamento está se preparando para fazer o mais rápido possível o processo para que as obras sejam retomadas o quanto antes", afirmou.
O ministro revelou que o governo trabalha para impedir que haja descontinuidade na execução das obras. "Vamos fazer de tudo naturalmente para que não haja a solução de descontinuidade", disse Gilberto Carvalho.
Já o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que participou do evento organizado pela Força Sindical, afirmou que a saída da empreiteira não deve prejudicar o calendário de obras para a Copa do Mundo. "A Delta saiu da obra do Maracanã, mas as outras empresas que compõem o consórcio assumiram as obras, então não houve prejuízo ao calendário e nem à execução. Eu não vejo por que as investigações possam prejudicar a Copa", afirmou.
Durante o ato político promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, citou o escândalo que envolve parlamentares e políticos ao esquema do contraventor que será objeto da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso. "Nos mobilizemos para que a CPI não acabe em pizza", defendeu Rui Falcão à plateia.
Participaram do evento da CUT o futuro ministro do Trabalho, Brizola Neto, o presidente do diretório estadual do PT, deputado estadual Edinho Silva, e o presidente do diretório municipal do PT, vereador Antonio Donato. Dos pré-candidatos à prefeitura de São Paulo, compareceram apenas o petista Fernando Haddad e o pré-candidato do PRB Celso Russomanno. De acordo com a Polícia Militar, circularam durante todo o dia no evento da CUT cerca de 50 mil pessoas. No entanto, os organizadores do evento chegaram a anunciar a presença de 120 mil pessoas no Vale do Anhangabaú.