O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou nesta quarta-feira, 21, o governo federal por só estar tentando corrigir as chamadas ‘pedalas fiscais’ no segundo semestre deste ano. Em entrevista coletiva, marcada por protestos pedindo sua renúncia, o peemedebista afirmou que o Executivo já deveria ter corrigido o problema desde o ano passado. “As contas não podem ser mascaradas, têm que ser transparentes”, afirmou, reconhecendo que, embora tardia, a correção é uma ação correta.
Como noticiou ontem o Broadcast, com a certeza de que vai perder em novo julgamento no Tribunal de Contas da União (TCU), o governo prepara uma operação financeira para fazer um acerto de contas entre o Tesouro Nacional e o BNDES. O objetivo é pagar as despesas com subsídios do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do BNDES, que oferece crédito mais barato para as empresas. Essas despesas atualizadas somam cerca de R$ 24 bilhões e devem ser pagas pelo Tesouro ao BNDES.
Cenário econômico
O presidente da Câmara avaliou que o cenário econômico do Brasil está “ficando mais grave cada dia que passa”. Para ele, contudo, a instabilidade política gerada pelo recente troca de farpas pela imprensa entre ele e a presidente Dilma Rousseff não prejudicou a pauta de votações de matérias do ajuste fiscal. Questionado se achava mais provável a campanha “Natal sem Dilma”, adotada por parlamentares da oposição, ou “Natal com CPMF”, sugerida pelo líder do governo, José Guimarães (PT-CE), Cunha limitou-se a dizer: “posso dizer que Natal com CPMF não vai ter”.
Na entrevista, Cunha voltou a afirmar também que acha “pouco provável” que as contas da presidente Dilma Rousseff de 2014 sejam votadas ainda este ano pelo Congresso. Atualmente, elas estão no Senado Federal, que iniciou ontem formalmente a análise do processo do TCU que recomenda a reprovação das contas do ano passado da petista. Após ser lida no plenário, a matéria segue para a Comissão de Orçamento, onde um relator ainda deverá ser escolhido.
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