O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) , Augusto Nardes, relator do processo de análise das contas de 2014 do governo Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira (5) ao jornal O Estado de S. Paulo que continua “firme” à frente do caso. No domingo (4), três ministros do governo concederam entrevista para anunciar que a gestão Dilma Rousseff entrará com um pedido formal junto ao TCU para substituir Nardes, alegando que ele antecipou voto, o que é vedado pela Lei da Magistratura, a qual está submetido.
Na sexta-feira (2), Nardes liberou seu parecer prévio aos demais ministros da Corte e recomendou a rejeição das contas federais. “Países com instituições fracas são nações com problemas. Este não pode ser o caso do Brasil”, disse Nardes ao ser questionado sobre o posicionamento dos demais ministros diante do pedido do governo.
O pedido do governo pode ser analisado pelos ministros antes do julgamento ou ocorrer no início da sessão de análise, marcada para quarta-feira (7). A manifestação oficial do governo, pedindo a troca de Nardes, deve ser entregue ainda nesta segunda pela Advocacia Geral da União (AGU).
Além de Nardes, o Ministério Público de Contas (MPC) recomendou, na última sexta-feira (2), a rejeição das contas federais. A principal distorção apontada por Nardes e também pelo MPC nas contas é a “pedalada fiscal”.
As “pedaladas fiscais” consistem nos atrasos propositais do Tesouro Nacional no repasse de recursos aos bancos públicos, que foram forçados a usar recursos próprios para continuar pagando em dia programas sociais obrigatórios. O TCU entende que, ao fazer isso, os bancos públicos financiaram seu controlador, o governo federal, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
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