O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro disse nesta terça-feira, por meio de sua assessoria, que o governo Lula não é de esquerda, mas de centro-esquerda. De acordo com o ministro, o segundo mandato vai continuar "a ter uma forte inflexão centrista".
- A delegação dada pelo processo eleitoral é muito clara. Nem todos os partidos da esquerda reunida tem a maioria no parlamento e nem a maioria dos votos no país. Aplicar mecanicamente um projeto de esquerda seria infiel à representação - disse Tarso, que está na Itália, onde permanecerá durante seis dias para articular o processo de colaboração entre o italiano Conselho Nacional da Economia e do Trabalho (CNEL), com o Conselho para Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que ele preside.
Tarso Genro disse que o governo Lula "será mais progressista e democrático" no segundo mandato, avançando em questões essenciais como desenvolvimento social.
- A característica da esquerda moderna é a sua capacidade de ter uma política econômica forte e distribuir a renda. No segundo mandato, criaremos mais renda e aumentaremos a taxa de empregos privilegiando a política pública e a educação.
O ministro comentou, assim, a frase dita pelo presidente Lula segunda-feira à noite num evento da revista "IstoÉ". Lula afirmara que à medida que seus cabelos foram ficando brancos e depois de ter completado 60 anos não seria certo continuar esquerdista, mas sim caminhar mais para o centro.
Tarso Genro explicou ainda que numa democracia moderna existe equilíbrio de forças entre a direita e a esquerda, mas que o centro é fundamental. Segundo ele, o problema é criar condições para que o PMDB seja um partido unido e centrista.
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