Mesmo com o relatório da CPI dos Correios sendo considerado frouxo em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho Fábio, o Lulinha, a oposição admite negociar para flexibilizar ainda mais o parecer do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) para garantir a aprovação, já que os governistas são maioria na CPI dos Correios.
Apesar de afirmar que Lula tomou as providências em relação ao mensalão, o governo ainda considera duro o relatório e não aceita o indiciamento do ex-ministro Luiz Gushiken e quer saber que delito o ex-ministro José Dirceu teria cometido para ser indiciado.
- Não sei por que ele (Gushiken) está sendo indiciado? Não tem base. Quero saber que base o relator usou para pedir o indiciamento de Dirceu, como ele está sendo citado - disse o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP).
Depois da apresentação do relatório, haverá uma reunião entre Cardozo e Maurício Rands (PT-PE), da parte do governo, e Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) e Eduardo Paes (PSDB-SP), pela oposição, para ver o que pode ser negociado antes da votação do relatório, prevista para semana que vem. ACM Neto admitiu a dificuldade de aprovar o relatório de Serraglio do jeito como ele está.
- As perspectivas são as piores. As coisas estão mal - disse.
Até entre os governistas há temores de que a radicalização leve à inviabilização da aprovação do relatório de Serraglio.
- Temo que existam situações que podem levar ao acirramento dos ânimos políticos para não aprovar nada e isso seria o paraíso para os verdadeiros culpados, que não serão investigados pelo Ministério Público - disse Cardozo.
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