O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou hoje que a tendência do governo é manter o acordo firmado com sindicalistas, em 2007, de reajuste do salário mínimo, o que o elevaria para R$ 545. As centrais querem um aumento maior, argumentando que a crise financeira internacional trouxe perdas para os trabalhadores. "Nós reafirmamos que a posição do governo e a tendência é manter esse acordo. É um governo de responsabilidade fiscal. Não vamos fazer demagogia", disse.

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Em entrevista no Palácio do Planalto, Carvalho relatou que no encontro de hoje com as centrais sindicais tentou mostrar a importância de manter o acordo que vai até 2015. Ele destacou que, embora o Produto Interno Bruto (PIB) de 2009 tenha tido uma queda estabelecendo um aumento para R$ 545,00, no próximo ano, com um PIB maior, o salário mínimo pode ter um aumento de até 13%. "Afirmamos a inconveniência de mexermos nesse acordo", afirmou.

Ele disse que o governo pretende mandar para o Congresso uma medida provisória "consagrando" o acordo que estabeleceu a política do salário mínimo até 2015. Segundo ele, um projeto de lei foi enviado, mas ainda não foi votado. "O governo se comprometeu a cumprir o acordo de 2007. Esse é um governo que cumpre acordos. Foi uma política exitosa", completou.

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Terminou sem acordo a reunião no Palácio do Planalto realizada hoje. Um novo encontro foi marcado para o dia 2 de fevereiro, novamente em Brasília. Os sindicalistas disseram que a reunião apenas marcou o início de uma discussão das centrais sindicais com o Planalto.

"O governo quer manter a política de valorização do salário mínimo. E isso nós também queremos. O que não tem acordo é que queremos uma excepcionalidade em relação a 2011", disse Artur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Pelo critério do governo - que considera a inflação mais o crescimento do PIB de dois anos anteriores -, o salário mínimo seria reajustado para R$ 545,00, mas os sindicalistas querem R$ 580,00, argumentando que houve perdas desde a crise financeira de 2009 que precisam ser recuperadas.

Já o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o "Paulinho da Força", disse que os ministros Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Carlos Lupi, do Trabalho, afirmaram que o governo está aberto para discutir o reajuste do salário, dos aposentados, a desoneração da folha de pagamento e a correção da tabela do IR. "Nenhum de nós estava esperando que nesta reunião estaria tudo resolvido. O importante é que o governo abriu as negociações", declarou. Paulinho afirmou que o governo sabe que se a discussão sobre o reajuste do salário mínimo seguir para o Congresso, o debate pode ser ainda mais acirrado. "O governo sabe a encrenca que é deixar para o Congresso resolver. Vai sair mais caro."