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O advogado de Adriana Almeida, viúva de Renné Senna, assassinado a tiros em Rio Bonito no dia 7 de janeiro, Alexandre Dumans, confirmou a existência de uma testemunha-chave, que já prestou depoimento à polícia, e que poderá inocentar Adriana. A viúva do milionário está presa desde o dia 30 de janeiro, na carceragem feminina da Polinter, em São Gonçalo, no Grande Rio. Segundo o advogado, a testemunha seria Augusto, um amigo do casal que já foi advogado da filha de Renné, Renata Senna.

Segundo Dumans, Augusto atuou como advogado de Renata em um pedido de representação por crime de ameaça. Esse crime teria sido cometido por Miguel, irmão de Renné Senna. Miguel estaria ameaçando Renata porque Renné teria cortado relações com ele. O motivo seria dinheiro. O irmão do milionário teria comprado um carro com o dinheiro de Renné e seu filho teria sacado uma quantia de um banco, sem autorização do tio. Segundo o advogado, existem fotos que comprovam o saque indevido do sobrinho.

Renata contou a Augusto das ameaças do tio. O então advogado, depois de registrar o caso na delegacia, foi à casa de Renné, acompanhado de Chicão, um outro irmão do milionário. Augusto contou para Adriana e Renné sobre as ameaças que Renata estaria sofrendo. De acordo com Dumans, a conversa foi gravada por Augusto, que já apresentou a prova para a polícia.

Após a morte de Renné, Augusto ligou para Adriana e contou que tinha uma prova que poderia ajudá-la. Adriana aconselhou Augusto a procurar o advogado dela. Segundo Dumans, Dr. Leonardo - o advogado de Augusto - teria comentado que estava preocupado com a segurança de seu cliente e tinha a intenção de pedir proteção à polícia. A conversa entre Adriana e Augusto foi grampeada pela polícia. Advogado de Renata nega ameaças de tio

O advogado de Renata Senna, Marcus Rangoni, negou a existência da gravação e das ameaças de Miguel. Segundo Marcus, sua cliente o procurou em julho do ano passado dizendo que sofreu uma ameaça por telefone de uma mulher, mas não sabia quem poderia ser. Em seu depoimento no dia da morte de Renné, Renata contou ao delegado Ademir de Oliveira, da 119ª DP (Rio Bonito), que a ameaça teria sido feita por Adriana. "Na época que ela me procurou com essa ameaça não quisemos registrar o caso por falta de provas e por achar que Adriana não seria capaz de fazer uma coisa dessas", disse ele.

Rangoni disse também que mesmo que existisse a gravação, a ameaça à Renata não teria relevância na investigação, já que quem morreu foi o pai dela. "O Miguel é um tio como outro qualquer. Eles se gostam e ele não ameaçou a Renata", disse ele, acusando Augusto de querer "aparecer" no caso. Delegado recebeu uma fita

O delegado Roberto Cardoso, da Delegacia de Homicídios, que investiga o assassinato do milionário da Mega-Sena, informou que recebeu na sexta-feira (2) uma fita com a suposta gravação. Cardoso, porém, explicou que o áudio está muito ruim e ele não conseguiu entender nada do que é dito.

"A fita foi gravada no bolso de alguém, não dá para escutar nada. Tenho que enviar a fita para um técnico, primeiro. Isso, só na segunda-feira", conta Cardoso. Prisão da viúva

A prisão de Adriana foi decretada pela juíza Renata Gil de Alcântara, da 2ª Vara Criminal de Rio Bonito (Baixada Litorânea do Rio de Janeiro), com base em escutas telefônicas e quebra de sigilo bancário. Desde o dia 25 havia um mandado de prisão contra a viúva, que foi indiciada por participação no homicídio qualificado – por motivo torpe e sem chance de defesa da vítima. Ela permanecerá presa por 30 dias, prorrogáveis por mais 30.

Adriana foi primeiro para a sede da Polinter, no Centro do Rio. Ao sair de lá em direção à carceragem de São Gonçalo, ela se limitou a dizer que não é culpada. "Sou inocente", afirmou. Segundo o advogado da viúva do milionário, Alexandre Dumans, Adriana ficou "aos prantos e desesperada" na prisão. Ele informou que vai ingressar com pedido de habeas corpus em favor da cliente. "A prisão não era necessária. A Adriana nunca se recusou a colaborar (com a investigação)", argumentou. Polícia procura outros suspeitos

Neste sábado (3), a equipe da Delegacia de Homicídios fez buscas em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Os policiais estavam à procura de Janaína de Oliveira, mulher de Anderson Souza, o principal suspeito do crime já preso, e de Ednei Gonçalves Pereira, um ex-informante da polícia e ex-segurança do milionário. Os dois já tiveram a prisão decretada pela Justiça, mas continuam foragidos. Alexandre Dumans disse que aguarda o julgamento do pedido de habeas corpus, para que Adriana possa aguardar as investigações em liberdade. Na sexta, a desembargadora Maria Raimunda Azevedo não aceitou o pedido liminar de habeas corpus.

Dois policiais militares foram intimados a prestar depoimento na segunda-feira (5). Eles eram seguranças da fazenda de Renné Senna, no dia em que o PM foi morto.

Ex-seguranças presos

Quatro pessoas já estão na cadeia: o Policia Militar Anderson Silva Souza, ex-segurança de Renné, outros dois ex-seguranças e a viúva, Adriana. A polícia suspeita que a viúva mantinha um relacionamento amoroso com Anderson, o que teria levado Renné a fazer ameaças de tirar a mulher do testamento.

Na sexta-feira (2) de manhã, o ex-PM Anderson Souza se entregou à policia. Segundo os policiais, ele teria planejado o assassinato e disparado os quatro tiros à queima roupa que assassinaram Renné Senna. Anderson, porém, nega o crime. O advogado do ex-PM disse que no dia do assassinato, 7 de janeiro, o ex-segurança de Renné Senna estava com a família em Petrópolis, Região Serrana do Rio.

Quatro ex-seguranças também são suspeitos de planejar um seqüestro do milionário, em meados do ano passado. Eles também teriam executado David Vilhena, um PM que fazia parte da equipe de segurança de René Senna e que teria contado o plano ao ganhador da Mega-Sena.

Assassinato

O ex-lavrador Renné Senna, que em 2005 ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena, foi assassinado no dia 7 de janeiro, com quatro tiros, num bar em Lavras, distrito de Rio Bonito (Baixada Litorânea), perto da fazenda onde vivia com Adriana e os três filhos dela. Renné Senna - que era 25 anos mais velho que Adriana e amputara parte das duas pernas por causa de complicações provocadas pelo diabetes - deixou um testamento no qual concede 50% de seus bens para a viúva. Desde então, a filha de Renné, Renata Senna, e alguns dos 11 irmãos do milionário morto levantam suspeitas contra a viúva.

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