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STF vai repassar informações sobre ministro Medina no caso da Operação Furacão

Por maioria, o plenário do STF aceitou, nesta quarta-feira (25), pedido de informações feito STJ sobre os fatos atribuídos ao ministro do STJ Paulo Medina, investigado por suposto envolvimento com a máfia dos caça-níqueis.

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Furacão Juiz se defende e culpa governo por sua prisão

Rio de Janeiro – O juiz Ricardo Regueira, denunciado por venda de decisões judiciais, defendeu ontem suas medidas em favor de casas de bingo e culpou ora o governo ora o Ministério Público e a Polícia Federal por sua prisão.

Ele negou ter recebido valores por decisões e disse ser perseguido por ser "independente", o que incomoda o Executivo. "Essa história foi inventada pelo governo, que incentiva a atividade depois a proíbe, e quem termina pagando são os contribuintes. Sonega direitos, depois cria operações espetaculosas (da PF)’’, disse Regueira, que é juiz do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2.ª Região, em entrevista na sede do órgão.

Novas gravações feitas com autorização da Justiça revelam que o ministro Paulo Medina, afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), pode estar envolvido em outros casos de venda de sentenças, informou nesta sexta (4) o "Jornal Hoje".

As investigações revelam que além de supostamente ter favorecido a máfia dos caça-níqueis, o ministro e o irmão dele, o advogado Virgílio Medina, que depõe na tarde desta sexta à Justiça no Rio, teriam negociado outras decisões judiciais.

Em um dos casos, eles teriam ajudado um grande banco, que respondia a uma ação no STJ. Segundo a polícia, antes do julgamento, o ministro Medina se reunia com o irmão e os advogados da instituição financeira.

Virgílio teria ido pessoalmente a Brasília para tratar do caso. Em uma conversa gravada, ele combina a viagem com o advogado que defendia o banco. No julgamento, o ministro Paulo Medina decidiu a favor do banco.

Medina nega

Desde a divulgação da Operação Furacão, o ministro Paulo Medina nega envolvimento com a máfia dos caça-níqueis e com a venda de sentenças. Ele afirma que teve o nome utilizado indevidamente por integrantes do esquema de exploração do jogo ilegal.

Desconfiança

As conversas gravadas também mostram que o desembargador Carreira Alvim, um dos presos na Operação Furacão, desconfiava que estava sendo investigado pela PF.

Acusado de vender decisões judiciais, ele passou a usar um novo telefone. Numa das escutas, Carreira Alvim aparece conversando com outra pessoa enquanto espera uma ligação. Na gravação, o desembargador comenta que não acredita que será surpreendido. "Me pegar por corrupção, eles não vão me pegar nunca", diz.

De acordo com a PF, todo o esquema da máfia dos caça-níqueis passava pelo Judiciário, conforme outra conversa entre integrantes da organização criminosa.

Os dois são ex-policiais federais, que falam claramente sobre a venda de sentenças judiciais.

"A gente, quando compra alguma coisa, recebe uma mercadoria e paga", diz um deles. "O que que a gente tá dando?", pergunta o segundo policial. "O atendimento da liminar", responde o primeiro.

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