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São Paulo (Abr) – "Brasil, em nossas mãos a mudança" é o lema da 11.ª edição do movimento do Grito dos Excluídos, que começa hoje em cidades de todo o país, prevendo diversas ações durante a Semana da Independência.

No dia 7, caravanas de diferentes regiões se encontram na Basílica de Nossa Senhora de Aparecida do Norte, em São Paulo. Este ano, o objetivo do movimento é exigir mudanças econômicas e combate à corrupção.

O Grito dos Excluídos deverá ser lido em todas as celebrações do grito este ano. Após destacar na abertura que "cerca de 20 milhões de famílias, ou seja, 82 milhões de pessoas pobres vive com menos de dois salários mínimos mensais", o manifesto critica a manutenção da política de superávit primário e as altas taxas de juros e afirma que "esse modelo econômico não tem futuro para o nosso povo".

O manifesto ainda aborda a crise política e afirma que "o povo não acredita mais na maioria dos políticos e este não têm legitimidade para representá-lo. O povo brasileiro vive um misto de tristeza e decepção diante da situação de nosso país. A nação brasileira não pode continuar neste impasse". O documento enumera quatro propostas, apresentadas como "grandes desafios": mudança do modelo econômico; programa emergencial para superação da miséria; reforma política; e restauração da soberania nacional.

A Coordenação Nacional do movimento reúne entidades da sociedade civil e tem uma forte participação da Igreja Católica. A cada jornada o Grito tem um lema diferente, mas sempre leva para as ruas também reivindicações das entidades que participam dele, como moradia e saúde. O bispo auxiliar de São Paulo, Pedro Luiz Stringhini, representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), defende que no Grito deste ano também deve estar em pauta a discussão sobre a ética no Brasil, especialmente no que se refere à corrupção.

Na opinião de Stringhin, o país já é capaz de encarar o dia 7 de Setembro como uma data em que o povo se mobiliza para exigir mudanças nas áreas de moradia, trabalho, educação e saúde. "O Grito é sempre um movimento de alerta", diz ele.

O manifesto é assinado pelas organizações Via Campesina-Brasil; Grito dos Excluídos; Coordenação dos Movimentos Sociais; Rede Jubileu Sul – Campanha Brasileira contra a Área de Livre Comércio das Américas; Conferência dos Religiosos do Brasil; 4.ª Semana Social Brasileira; Marcha Mundial de Mulheres; Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil; Coordenadoria Ecumênica de Serviços; e Fórum Nacional Pela Reforma Agrária.

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