O grupo anticorrupção deve juntar apenas 30 (5%) dos 594 deputados federais e senadores. A previsão é dos articuladores da ideia, Fernando Gabeira (PV-RJ) e Gustavo Fruet (PSDB-PR). A falta de quorum, entretanto, não chega a ser considerada por ambos como algo ruim.
"Se não for algo apartidário e impessoal, não vai para frente", avalia o paranaense. Fruet conta que recebeu pelo menos 30 mensagens de incentivo de setores da sociedade civil nesta semana para levar o projeto adiante. Nenhum outro congressista do Paraná aderiu ao grupo.
A primeira reunião para definir uma pauta de ações ocorre hoje à noite, na casa do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP). Estão confirmadas as presenças do senador Jarbas Vasconcelos e dos deputados Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) e Raul Henry (PMDB-PE). Entre as cobranças tidas como certas, está a votação da proposta de emenda à Constituição que obriga o voto aberto em todas as sessões do Senado e da Câmara.
Atração
O professor de Ética e Filosofia Política Roberto Romano, da Unicamp, diz que dificilmente o grupo avançará se não contar com o apoio da população. "É preciso atrair organizações não-governamentais e entidades como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)."
Por enquanto, porém, a proposta não empolgou o presidente da Comissão Especial de Combate à Corrupção da OAB, Amauri Serralvo. "Formar grupos, comissões ou coisas do gênero já ocorreram outras vezes. Sem a proposta de fiscalizar os colegas para valer, é como chover no molhado." (AG)
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