O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), cobrou explicações do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sobre a declaração feita pelo peemedebista em entrevista à TV GloboNews, em que disse que a oposição "municiou" a crise política desde que perdeu a eleição para presidente do Senado, em fevereiro deste ano. O PSDB apoiou a candidatura do petista Tião Viana (AC) à presidência da Casa, e o DEM ficou do lado de José Sarney. Assim, na avaliação de Guerra, ao dizer que a oposição era culpada pela crise, Sarney só poderia estar se referindo ao PSDB.
"Presidente, os fatos não são estes. Primeiro: a oposição jamais presidiu o Senado Federal. Segundo: não foi o PSDB que levantou acusações, críticas contra a gestão do Senado. Estas críticas foram levantas na imprensa. Terceiro: não foi o PSDB o primeiro partido a pedir o afastamento do senador José Sarney. Outros partidos o fizeram antes, a exemplo do PT", disse Guerra em plenário, se dirigindo a José Sarney.
"O PSDB não levantou a crise, reconhece que a crise não tem começo, meio e fim no presidente José Sarney, mas reconhece que o Senado ainda está em estado de crise. (...) É muito estranho que o senhor tenha feito isso, pois nunca ouvi isso do senhor pessoalmente. Era importante o senhor dizer para nós hoje se foi o PSDB que criou esta crise", continuou o presidente do PSDB.
José Sarney ouviu o discurso do senador Sérgio Guerra, de quem é amigo pessoal, sentado na cadeira de presidente, e pediu desculpas pela declaração dada na entrevista citada pelo senador tucano. "O PSDB não teve nenhuma responsabilidade na origem desta crise. Se na hora eu fui induzido pela pergunta do repórter a dizer isto, peço desculpas à vossa excelência", disse Sarney. Poucos minutos depois, provocado por uma declaração do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), Sarney afirmou: "O meu cartão é o branco, o cartão da paz". O PSDB é autor de três representações contra Sarney no Conselho de Ética.
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