A deflagração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) – iniciado nesta quarta-feira (2) com o acolhimento do pedido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – repercutiu nos sites dos principais jornais pelo mundo. Nesta quinta-feira (3), o assunto ainda dividia espaço na capa dos períodos.
GALERIA: Veja o que disseram os principais jornais e sites do mundo
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Leia a matéria completaA reportagem do maior jornal da Espanha, o El País, destacou a imensa crise política que ampara a situação do governo, “que sangra”. O texto também ressaltou o poder de Cunha, classificado como “enorme”: “ele aglutina em torno dele um grupo grande de deputados evangélicos, como ele, e parlamentares aliados. Nos últimos dias manobrou entre os bastidores como só ele sabe fazer”.
O periódico francês Le Monde, citou que o processo de impeachment pode ser enxergado como uma vingança pessoal e também citou os escândalos de corrupção que cercam o presidente da câmara. Sobre Cunha, recaem acusações de ter sido beneficiado por esquema de pagamento de propina a partir de contratos da Petrobras, no maior esquema de corrupção da história do país.
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O jornal estadunidense The New York Times classificou o acolhimento do pedido como uma “jogada” de Eduardo Cunha. A reportagem deu destaque ao agravamento do caso pela grave crise econômica do país, envolvido em um escândalo de corrupção “colossal”.
O periódico Washington Post disse ainda que o fato adiciona mais turbulência ao “gigante econômico da América do Sul”. Ambos os jornais ressaltaram que, embora o processo de impeachment tenha sido iniciado, nenhuma conclusão deve ser feita ainda neste ano, uma vez que o recesso parlamentar está próximo.
O inglês The Guardian trouxe que este é o primeiro processo de impeachment deflagrado em mais de vinte anos, fazendo alusão a processo semelhante que culminou com a renúncia do presidente Fernando Collor de Mello, em 29 de dezembro de 1992. O mesmo jornal relembrou que, no início deste ano, Cunha reconheceu que o impeachment seria um “passo atrás para a democracia.”
Os jornais Clarín, da Argentina, e Público, de Portugal, também destacam a problematização do processo em meio à crise política e econômica brasileira. A reportagem do jornal português destaca ainda que “a decisão de Cunha, que não é o campeão das sutilezas, é uma retaliação pelo fato de não poder contar com o apoio dos três deputados do PT que poderiam salvá-lo de uma investigação parlamentar que visa a sua expulsão do cargo”.
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