O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), defendeu nesta terça-feira, 15, que a Casa não paralise seus trabalhos em função dos mandados de busca e apreensão nos endereços do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O petista disse que há clima para fazer votações no plenário antes da sessão do Congresso Nacional.
PT na Câmara adota tom moderado contra Cunha para evitar retaliação em votações
Leia a matéria completa“A Câmara não pode ficar parada por conta dessas crises todas”, pregou. Guimarães relatou que a reunião de colégio de líderes com Cunha nesta tarde foi tranquila e que o governo quer votar as Medidas Provisórias 690 e 692, além da Proposta de Emenda à Constituição 74, a chamada PEC dos Precatórios. A oposição concorda apenas com a votação da PEC.
De acordo com Guimarães, as buscas e apreensões não foram comentadas na reunião de líderes. O clima do encontro, disse Guimarães, foi de normalidade. “É um fato absolutamente normal, é a prova que as instituições funcionam”, afirmou.
O petista disse que o governo não interferiu e não vai interferir nas ações da Polícia Federal. Ele discorda da tese de que o PMDB se afastará ainda mais do governo após os mandados de busca e apreensão. “A operação não é para atingir um partido”, rebateu Guimarães.
Oposição
Líderes de oposição que vinham obstruindo as reuniões com Cunha mandaram representantes para o encontro desta tarde. Na avaliação do líder da minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE), a operação policial desta manhã deve aumentar a instabilidade dentro do PMDB e na relação com o governo. “Quanto mais instabilidade, pior para o governo”, concluiu.
Araújo avalia que a maioria dos peemedebistas envolvidos na operação de hoje era a parte do PMDB que segurava a relação com o governo. Em sua opinião, se a convenção do partido fosse hoje, certamente os peemedebistas votariam pelo rompimento com o governo Dilma Rousseff. “Se marcar a convenção, o resultado será o conhecido”, comentou.
O tucano disse que a ação policial de hoje mostra que o Congresso não é “indevassável”. “Está virando rotina (operações da PF) e deixa cada vez mais contaminado o ambiente da relação com a sociedade”, destacou.
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