O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta terça-feira (29) que a denúncia enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra Renan Calheiros (PMDB-AL), candidato à presidência do Senado, é "extremamente consistente" e foi uma iniciativa "ponderada, examinada e refletida".
Gurgel disse que não poderia dar detalhes sobre o conteúdo da acusação, como por exemplo, os crimes imputados a Renan, por se tratar de um inquérito protegido pelo segredo de Justiça, limitando-se a dizer que "os fatos têm relação com aquele momento em que o senador pretendeu comprovar a origem de sua renda".
Na ocasião, ele apresentou notas de vendas de bois para dizer que teria condições financeiras para pagar a pensão da jornalista Monica Veloso, com quem tem uma filha, e cujas despesas teriam sido pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior.
Ele argumentou, no entanto, que não escolheu o momento para enviar a denúncia por estar próximo das eleições no Congresso.
"Não houve e não há qualquer intenção de que isto tenha sido feito por esta ou aquela motivação no momento que se aproxima a eleição para a presidência do Senado", afirmou o procurador. "O Ministério Público não pode ficar subordinado a essas questões de conveniência política. Eu procuro ao máximo evitar esse tipo de repercussão das iniciativas do Ministério Público. Por outro lado, não posso ficar subordinado de forma que uma denúncia só possa ser oferecida quando haja qualquer inconveniente político", finalizou.
Segundo Roberto Gurgel, o tempo que levou para enviar a denúncia ao Supremo está relacionada com o tamanho do inquérito.
"Esse inquérito é extremamente volumoso. São dezenas de volumes e que consumiram muito tempo de análise. Todo mundo sabe que, no segundo semestre de 2012, o procurador-geral ficou por conta do mensalão. Isso infelizmente retardou a apreciação, não apenas deste, mas de uma série de outros feitos."
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