Relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki afirmou nesta quarta-feira (25) que há “um perigoso canal de vazamento” de informações sigilosas das investigações do esquema de corrupção da Petrobras para beneficiar pessoas poderosas.
O alerta do ministro ocorreu durante o julgamento da segunda turma do STF que confirmou a prisão do líder do governo Delcídio Amaral (PT-MS) , do banqueiro André Esteves , acusados de obstruir as investigações da operação Lava Jato e integrarem organização criminosa. “Vem à tona a grave revelação de que André Esteves tem consigo cópia de minuta do anexo do acordo de colaboração premiada assinado por Nestor Cerveró, confirmando e comprovando a existência de canal de vazamento na Operação Lava Jato que municia pessoas em posição de poder com informações de complexo investigatório”, disse o ministro.
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Leia a matéria completaSegundo Teori, “é um genuíno mistério como um documento sigiloso que se encontrava em ambiente prisional em Curitiba chegou ao escritório de André Esteves em São Paulo”.
No pedido de prisão dos dois, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a comparar as tratativas de Delcídio e de Esteves para comprar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras André Esteves para não serem citados como ato de mafioso.
“Há, aí, componente diabólico de embaraço à investigação: ultimado o acordo financeiro, Nestor Cerveró passaria a enfrentar dificuldades praticamente intransponíveis para conciliar-se com a verdade. Seu silêncio compraria o sustento de sua família, em evocação eloquente de práticas tipicamente mafiosas”, afirmou.
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Delcídio teve a prisão decretada pelo relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki, por suspeita de tentar atrapalhar as investigações sobre o escândalo de corrupção na Petrobras.
Segundo Zavascki, ele ofereceu de uma “mesada” de pelo menos R$ 50 mil para que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não fechasse acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e chegou a tratar de uma eventual rota de fuga do ex-diretor caso a Justiça concedesse um habeas corpus a ele.
Uma sessão da Segunda Turma do STF, em reunião extraordinária, manteve a prisão do petista.
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO ) afirmou, pelo Twitter, que a bancada do Democratas irá votar pela manutenção da prisão do petista. “Não cabe a esta Casa contestar decisão num momento tão grave e que abala o Senado Federal. É importante também que o PT se pronuncie”, afirmou.
Os principais partidos de oposição ao governo federal ainda pretendem utilizar a prisão do líder do governo como argumento para a necessidade de afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados.
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