Desde que a era republicana foi instaurada no Brasil em 1889 não foram poucas as crises políticas que tomaram conta de uma democracia que ainda dá ares de instabilidade. Ao longo deste tempo o país foi dominado pelo voto de cabresto (durante a República Velha que durou até 1930) e enfrentou dois períodos ditatoriais (com Getúlio Vargas, de 1937 a 1945, e com o regime militar, de 1964 a 1985). A história da política brasileira ainda é marcada pelo fato de o primeiro governo de um presidente eleito pelo voto popular, após o fim da ditadura militar, ter sido interrompido por um processo de impeachment decorrente de crises políticas e econômicas.
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Leia a matéria completaVeja quem foram os paranaenses que votaram a favor do impeachment de Collor
Leia a matéria completaOnaireves Moura promoveu jantar para apoiar Collor
Presidente da Federação Paranaense de Futebol por 22 anos, Onaireves Moura se aventurou em 1989 ao mundo da política. Eleito deputado federal, ele abraçou o governo e a causa do então presidente Fernando Collor. Mesmo diante das inúmeras denúncias, defendeu o mandato do então mandatário do país com unhas e dentes. Chegou a promover um jantar para fortalecer o governo Collor. Durante o evento Collor chegou a chamar de “cagões” os deputados que não o apoiavam. Moura virou alvo de protestos em Curitiba após receber a cúpula pró-Collor em um jantar em Brasília. Manifestantes foram até sua imobiliária e chegaram a atirar pedras.
Mas na hora da votação, Moura deu para trás e votou a favor do processo de impedimento do então “aliado” Collor. Em 1993, o então deputado foi cassado por quebra de decoro parlamentar.
Em 1992, o então presidente Fernando Collor de Mello, eleito em 1989, foi o primeiro e, até o momento, o único governante da nação que teve o mandato cessado devido a um processo de impeachment. Antes de Collor, apenas Getúlio Vargas teve um processo de impedimento levado a Câmara dos Deputados.
Durante o segundo período, em que foi eleito por voto direto, Vargas governou o Brasil por três anos e meio: de 31 de janeiro de 1951 até 24 de agosto de 1954. Antes de desferir o tiro fatal que o tiraria da vida “para entrar para a história”, Vargas enfrentou uma crise política sem precedente. Em 19 de junho daquele ano um pedido de impeachment não foi acolhido. Dos 211 deputados presentes, 136 votaram contra a instalação do processo para tirar Vargas do poder.
Somente 38 anos depois um novo processo de impeachment foi levado à Câmara dos Deputados. Fato que culminou com um mandato presidencial de curta duração. Collor permaneceu no cargo de 15 de março de 1990 a 2 de outubro de 1992, quando foi afastado da Presidência da República para responder ao processo de impeachment. Eleito por 35 milhões de votos, o processo político contra o ex-presidente e atual senador estendeu-se por sete meses, no período de 1º de junho à 29 de dezembro de 1992, havendo interferência do Congresso Nacional, com a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar atividades de Paulo César Farias no governo federal.
Pedro Collor, irmão do Presidente Collor, chegou a depor na CPMI e acusa PC Farias de montar uma rede de tráfico de influência no governo, com a conivência do Presidente.
Para piorar a situação, a imagem pública do ex-presidente já estava abalada por confiscar o saldo das poupanças bancárias a fim de frear a inflação. Porém, a inflação continuou crescendo em 1991, já passava dos 400% acumulados no ano, quando surgiram os primeiros escândalos de corrupção ligados a Collor. Em 24 de agosto, um relatório da CPI atestou que US$ 6,5 milhões haviam sido transferidos irregularmente para financiar gastos do então presidente.
A Câmara dos Deputados votou no dia 29 de setembro de 1992 a favor da abertura do processo de impeachment de Collor por 441 votos a favor, 38 contra, 1 abstenção e 23 ausentes. Em dezembro Collor renunciou para tentar evitar o impeachment. Não adiantou e no dia seguinte o Senado condenou o ex-presidente que ficou oito anos inabilitado para funções públicas.
Veja quais foram os deputados que votaram a favor do impeachment.
Apenas dois dos 28 deputados federais paranaenses votaram contra o impeachment de Collor – Abelardo Lupion (PFL) e Basílio Villani (PDS).
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