Policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil conseguiram, nesta madrugada, que fosse decretada prisão temporária de Fábio Brum Camargo, o Carão, de 24 anos. Ele é acusado de ter atirado contra o helicóptero da Core que estava numa operação no Morro do Adeus, em Bonsucesso, na última sexta-feira, que resultou na morte do policial Eduardo Henrique de Mattos.
De acordo com policiais da Coordenadoria, Fábio teria confessado a participação no tiroteio. Após a troca de tiros, ele caiu de uma laje da favela e fraturou a mandíbula. Ele foi internado no Hospital Salgado Filho, no Méier, e informou aos médicos que havia sido atropelado. Após denúncia anônima, os policiais conseguiram identificar Fábio por volta das 22h de sábado internado na unidade. Agora, ele está preso sob custódia no hospital. De acordo com policiais, ele tinha passagens pela polícia por porte de arma e assalto.
Fábio seria traficante da favela da Grota, que fica no Complexo do Alemão. Cerca de 60 traficantes da Grota teriam tomado o Morro do Adeus na última quarta-feira. Na sexta-feira, um oficial de Justiça foi cumprir um mandado de busca numa área próxima ao Adeus e foi ameaçado. Ele chamou reforço de policiais da 21ª DP (Penha) que acabaram ficando encurralados na favela. A Core foi chamada para resgatar os policiais e o helicóptero acabou sendo atingido. Os tiros, segundo o traficante, teriam partido da Favela da Grota, e não do Morro do Alemão, conforme se suspeitou na sexta-feira. No tiroteio de sexta-feira, três homens foram mortos pela polícia.
Na tarde de sábado, a polícia apresentou seis suspeitos de terem participado do ataque. Todos foram levados para a carceragem da Polinter.
Emoção no velório do policial
Enterro do policial civil morto em operação no Morro do Adeus, atingido por tiro dentro do helicóptero em confronto com traficantes, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju. Foto de Michel Filho O velório foi realizado na Academia de Polícia, no Centro do Rio, e o enterro, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, neste sábado . O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, foi ao enterro. O delegado titular da Core, Rodrigo Oliveira, era uma das pessoas mais emocionadas durante o velório. Há três semanas, foi Eduardo quem resgatou Rodrigo durante a operação na Favela da Coréia. Além da família e de amigos, muitos policiais compareceram ao velório da vítima, na Acadepol. Eduardo trabalhava em helicópteros, durante operações da Core, há apenas seis meses.
No enterro, segundo O Globo, policiais chegaram a reclamar da ausência de representantes de entidades de direitos humanos.
- Será que nenhuma entidade de direitos humanos virá ao enterro em solidariedade à família desse policial que morreu para salvar outras vidas - disse um deles.
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