As evidências recolhidas durante as investigações sobre a Petrobras sugerem que o esquema de fraude em licitações "vai muito além" da estatal, afirmou o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava Jato. Moro afirmou que "há indícios que os crimes transcenderam a Petrobras" e classificou de "perturbadora" a tabela apreendida em março com o doleiro e delator Alberto Youssef, com uma lista de cerca de 750 obras públicas de infraestrutura. Ali, constavam "a entidade pública contratante, a proposta, o valor e o cliente do referido operador, sendo este sempre uma empreiteira".
"Embora a investigação deva ser aprofundada quanto a esse fato, é perturbadora a apreensão desta tabela nas mãos de Alberto Youssef, sugerindo que o esquema criminoso de fraude à licitação, sobrepreço e propina vai muito além da Petrobras", escreveu.
Os comentários de Moro foram usados para rejeitar o pedido de revogação da prisão preventiva de Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix, que está na carceragem da PF em Curitiba.
Segundo Moro, grande parte do esquema criminoso ainda está encoberto e, por isso, "a prisão preventiva se impõe a bem da ordem pública".
Entre os indícios contra a Engevix está o depósito de R$ 3,3 milhões para a MO Consultoria, empresa de fachada de Youssef. A Engevix reconhece o pagamento, mas afirma que o doleiro foi pago por tarefas técnicas em benefício da empresa e nega ter praticado qualquer irregularidade.
Defesa do PT
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) voltou a defender ontem o PT das acusações de que o partido teria recebido, por meios legais, dinheiro da propina paga por empreiteiras em esquema na Petrobras. Ele disse ainda que especular que os recursos tenham sido usados para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 serve de "revanchismo".
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