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A Infraero registrou 130 vôos com problemas nos aeroportos do país neste domingo (1º). O balanço aponta que 122 vôos estão com mais de uma hora de atraso dos 461 programados entre a 0h e 10h20 (o que equivale a 26,5% do total). Oito vôos foram cancelados.

Os passageiros reclamam da falta de informações, mas a situação aparenta mais tranqüilidade do que neste sábado (31), quando alguns passageiros perderam a paciência. Inconformadas, algumas pessoas invadiram uma aeronave que estava no aeroporto de Brasília, e a Aeronáutica foi chamada para reforçar a segurança.

Na capital federal, nove dos 24 vôos partiram fora do horário previsto e apenas um foi cancelado.

A pior situação está no aeroporto de Belém, no Pará. A Infraero registrou sete atrasos em 12 vôos previstos para a manhã de domingo, o que equivale a 58,3% de atrasos. Não houve cancelamentos.

Em Congonhas (SP), segundo a Infraero, das 53 decolagens previstas, apenas três foram canceladas. Não houve registro de atrasos. Em Guarulhos, 28 vôos estão com atraso, dos 89 programados para este domingo. Apenas um vôos foi cancelado.

No Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, estavam previstas 41 partidas, mas seis estão atrasadas e houve um cancelamento de vôo.

No Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia (GO), a Infraero informou que, dos sete vôos previstos, apenas um saiu com atraso.

No Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), cinco dos 17 vôos previstos estão atrasados. No Aeroporto Afonso Pena, no Paraná, apenas um dos sete vôos previstos está atrasado.

No aeroporto de Recife, que neste sábado registrou um grande número de atrasos e cancelamentos, apresenta atrasos em oito vôos, o que equivale a 32% das 25 partidas programadas.

Dia de crise

Os controladores de vôo se aquartelaram voluntariamente no centro de controle aéreo de Brasília, o Cindacta-1, já na manhã de sexta-feira (30). Os profissionais reclamavam das condições de trabalho e da falta de manutenção dos equipamentos e cobravam soluções do governo. Depois de um dia de intensas negociações, os trabalhadores iniciaram, por volta das 18h40, uma paralisação das operações de decolagens nos aeroportos de São Paulo, Rio e Minas Gerais.

A suspensão das decolagens gerou um efeito cascata e por volta das 20h, com nova pane nos equipamentos, todos os 49 aeroportos do país estavam fechados. Apenas aviões que estavam no ar eram autorizados a pousar.

Durante o dia, o Ministério Público Militar chegou a anunciar a prisão de 18 controladores aquartelados no Cindacta-1. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a bordo do avião presidencial rumo aos Estados Unidos, onde hoje se reúne com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ordenou que a prisão dos controladores fosse abortada.

Após intensas negociações com os grevistas, o governo cedeu às exigências de negociar aumento de salários e não punir os controladores. O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) fechou o acordo com os grevistas por volta da 1h deste sábado e a greve foi encerrada.

O caos aéreo lotou os aeroportos e gerou um clima de revolta entre os passageiros que se acotovelavam nos saguões dos aeroportos. Houve tumulto e brigas entre passageiros e funcionários de empresas aéreas. O policiamento foi reforçado para conter os ânimos.

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