O relatório final da Operação Satiagraha afirma que, além de todo o complexo sistema que criou com a finalidade específica de lavar recursos ilícitos, a organização liderada, segundo o documento, pelo banqueiro Daniel Dantas "fez uso de uma série de outras ferramentas, dentre as quais, a corrupção de agentes públicos, a publicação de notícias no interesse da organização, a utilização de lobistas e doleiros, a elaboração de dossiês contra seus inimigos e a tentativa de manipulação da Justiça", atesta o relatório. "O que se demonstra pelos fatos é a maneira agressiva, hostil e extremamente capilarizada, pois em diversas frentes de atuação da organização, o que revela seu alto grau de nocividade."
"A estrutura da organização é hierarquizada e compartimentada. O conhecimento global dos negócios cabe àqueles que ocupam os lugares mais altos na hierarquia, notadamente Daniel Dantas." O relatório aponta: "A organização criminosa, por meio de complexa engenharia financeira e utilizando-se de operações forjadas (contratos de mútuo, aumentos de capital, notas fiscais sem lastro) que envolvem empresas brasileiras de fachada e offshores constituídas em paraísos fiscais, lava recursos oriundos das suas atividades criminosas e de terceiros", define o relatório.