A iniciativa de Curitiba, que conseguiu R$ 140 milhões na negociação com o Santander, está servindo de estímulo para municípios que tentam engordar suas receitas. A prefeitura de Irati, no Sul do estado, pretende realizar na próxima segunda-feira a licitação que escolherá o banco que administrará as conta-salário dos servidores. Itaú, HSBC, Bradesco e Real demonstraram interesse em administrar as contas dos funcionários da cidade. Segundo a diretora de finanças Ana Maria Borges, o município espera arrecadar no mínimo R$ 900 mil.
Com a negociação, o governo municipal pode arrecadar recursos suficientes para quitar um mês de salário para os 1,1 mil servidores. Foi o que aconteceu em Castro, nos Campos Gerais. No ano passado, o contrato fechado com o Bradesco resultou em R$ 2,09 milhões. O dinheiro equivalente à folha de pagamento dos 2 mil servidores foi aplicado em infra-estrutura urbana, manilhamento e construção de postos de saúde.
Em Foz do Iguaçu, a negociação entre a prefeitura e o Banco Real resultou em R$ 6,8 milhões que foram investidos em equipamentos para a rede municipal de ensino e para a saúde.
A prefeitura de Cascavel encontrou barreiras para fazer a licitação, em 2005. O Ministério Público não aceitou a iniciativa e foi preciso discutir o assunto na Justiça. Depois que conseguiu autorização para realizar o processo licitatório, a prefeitura arrecadou R$ 5 milhões e mais o equivalente a R$ 500 mil em computadores, no contrato com o Itaú.
Maringá, com um quadro de 7,5 mil servidores, conseguiu R$ 9,4 milhões pelo gerenciamento das contas-salário. Guarapuava recebeu pelo contrato fechado no ano passado R$ 5,8 milhões para as contas bancárias de 3,6 mil funcionários.
As prefeituras de Ponta Grossa e Londrina não realizaram licitação para a escolha do banco que administra as contas-salário dos servidores. As duas prefeituras optaram por firmar convênios com as empresas financeiras. Ainda assim conseguiram arrecadar dinheiro para os cofres públicos, mas bem menos do que os governos municipais que fizeram licitações.
Em Londrina, a prefeitura mantém um convênio antigo com a Caixa Econômica Federal (CEF), renovado todos os anos. Também utiliza os serviços do Banco do Brasil, com quem tem um acordo mais recente, que terá validade até 2011. No ano passado, na assinatura do contrato, conseguiu a liberação de R$ 1,8 milhão pelo BB para investimentos no município.
A prefeitura de Ponta Grossa está amarrada a um convênio com o Itaú, mas estuda a possibilidade de partir para uma licitação para a escolha definitiva de um banco.