Operação Xeque-Mate
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"Xeque-Mate" acirra disputa entre governo e oposição
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou nesta terça-feira que o mandado de busca e apreensão na casa de um irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal, alimentará o embate entre oposição e governo.Leia reportagem completa
Investigações da Polícia Federal revelam que o irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá, de 66 anos, pedia dinheiro a empresários de bingos e caça-níqueis envolvidos em crimes, a pretexto de influir politicamente no Executivo e explorar seu prestígio junto ao Judiciário. Segundo a PF, Vavá que foi indiciado por exploração de prestígio e tráfico de influência pedia pequenas quantias, de R$ 2 mil, R$ 3 mil, para favorecer donos de bingos e caça-níqueis presos na Operação Xeque-Mate. Segundo a PF, não há envolvimento direto de Vavá com os jogos de azar nem contrabando, objetos da operação.
- Ele (Vavá) não chegava a efetivar os pedidos, sequer os encaminhava. Mas, de qualquer modo, como irmão do presidente da República, pedia dinheiro a pretexto de influir politicamente nas ações criminosas. E isso é crime - afirmou um delegado da PF que atua no caso e que pediu anonimato.
Na Alemanha, onde nesta sexta-feira participará da reunião de cúpula do G8, Lula tem evitado o contato com os jornalistas. Desde que chegou a Berlim, na terça à noite, o presidente passou praticamente todo o tempo dentro do prédio da Embaixada do Brasil.
Um dos presos na operação, Andrei Cunha, aceitou o sistema de delação premiada e contou que o irmão do presidente pedia dinheiro. Cunha é ex-gerente de uma casa de caça-níqueis de Nilton Cezar Servo, chefe das quadrilhas investigadas na operação e de quem se tornou desafeto.
Servo, que também está preso com a mulher, os três filhos e funcionários de suas casas de caça-níqueis, espalhadas por Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, é amigo de Vavá e fazia festas em Caraguatatuba, em São Paulo, na casa de praia de Dario Morelli Filho, compadre de Lula.
Na verdade, o Vavá é um cara simples, quase analfabeto, que enrolava as pessoas, porque não conseguia passar da porta do Palácio do Planalto, não tinha relações para isso disse outro delegado da Polícia Federal que atua no caso.
O ex-gerente Andrei Cunha contou à PF que Servo costumava ficar irritado com os pedidos de Vavá, que lhe pedia sempre pequenas quantias. Todas as vezes em que Servo ia a Caraguatatuba, Vavá lhe pedia dinheiro, de acordo com Cunha. O advogado de Cunha, Marcelo Dib, confirmou que seu cliente aceitou a delação premiada.
Dos 80 investigados pela PF, apenas Vavá e o empresário Jamil Name, indiciado ontem em Campo Grande, não foram detidos.
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