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A Polícia Federal em Mato Grosso do Sul decide até esta sexta-feira se pede à Justiça prorrogação da prisão temporária dos presos pela Operação Xeque-Mate , deflagrada na última segunda-feira. Até agora, foram detidos 78 do total de 85 mandados da operação. Todos, com prisão temporária de cinco dias, já prestaram depoimento na PF.

Os últimos a serem presos, na última terça-feira, foram o ex-deputado estadual do Paraná Nilton César Servo e o filho dele, Victor Emanuel Servo. O ex-deputado é apontado como um dos chefes do esquema de exploração de caça-níqueis no estado, e seu filho é acusado de gerenciar as casas de bingo e as máquinas de caça-níqueis distribuídas por pelo menos três estados: Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Os dois prestaram depoimento nesta quarta no Mato Grosso do Sul.

O advogado de Servo afirmou que seu cliente e Dario Morelli são amigos de longa data, mas que nas conversas telefônicas gravadas pela polícia com autorização da Justiça, ambos falavam apenas de negócios.

- Compra de máquinas, principalmente com multiplayer. Eles estavam ligando para os funcionários para saber quanto as máquinas renderam - disse o advogado Eudes Rodrigues.

Milton Fernando Talzi, advogado que defende Morelli, negou que seu cliente seja dono de bingo ou sócio de Servo.

- O bingo está no nome de uma terceira pessoa. Por isso que estão achando que o Nilton e o Dario seriam sócios de fato. Agora isso cabe prova, isso será definido no decorrer do processo. Se era sócio, não era sócio, o que fazia e o que não fazia - disse Milton Fernando.

De acordo com a PF, as prisões são fruto de dois inquéritos separados que tinham investigados em comum. Um inquérito investigava o contrabando de componentes eletrônicos para a utilização em máquinas caça-níqueis, e o outro apurava a corrupção e o possível envolvimento de policiais civis do Mato Grosso do Sul com o tráfico de drogas. Os integrantes da quadrilha estariam pagando propina para que policiais civis fizessem vista grossa na fiscalização de casas de jogos ilegais.

Um dos mandados de busca e apreensão cumpridos refere-se a Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão de Lula. O motivo da investigação do irmão de Lula teria sido um telefonema que ele recebeu de Nilton Servo. A edição desta quinta-feira do jornal O Globo revela também que Vavá pedia dinheiro a empresários de bingos e caça-níqueis , a pretexto de influir politicamente no Executivo e explorar seu prestígio junto ao Judiciário.

Nesta quarta, um dos presos, o advogado Márcio Cesar de Almeida Dutra, passou mal na cela da PF e teria sido levado para a Santa Casa de Campo Grande. Segundo a assessoria de imprensa da PF, Dutra tem hipertensão. Há suspeita de que ele tenha tido um acidente vascular cerebral. A Santa Casa não confirma a internação do paciente.PF também ouve dono de bingo

A PF também ouviu, em depoimento separado, Jamil Name, cujo filho, Jamil Name Filho, está detido no presídio federal de Campo Grande. Os dois são donos do Bingo Cidade. O pai disse que Nilton Servo dizia em Campo Grande que tinha "o aval do presidente da República" para suas operações no estado.

Jamil Name afirmou que não sabia o motivo da intimação. Disse ainda que seu filho foi preso porque foi grampeado num telefonema para outros dois envolvidos na investigação, Itacir Sbbel e pelo ex-deputado Gandi Jamil.

- A Polícia federal calculou que os três tivessem uma sociedade, mas meu filho estava cobrando dois cheques, um de R$ 15 mil e outro de R$ 60 mil dos quais ele foi avalista moral. Não temos nenhuma ligação com eles - disse.

O empresário admitiu, no entanto, já ter tido relacionamento com Nilton Cezar.

- Já coloquei uma máquina no Real Bingo quando era dele, mas, na verdade, a máquina era de um amigo de São Paulo - admitiu Jamil, sem dizer, no entanto, quem seria o empresário paulista.

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