Economistas ouvidos pela Gazeta do Povo afirmam que os investimentos anunciados no "PAC do Paraná" já estavam previstos anteriormente pelo governo e pelas estatais. O coordenador do Curso de Economia da FAE, Gilmar Lourenço, por exemplo, afirma que quase não há diferenças do plano que foi divulgado com os gastos já programados pelas secretarias e pelas estatais."É um conjunto de boas intenções concentradas principalmente na área de infra-estrutura, mas que representam essencialmente uma compilação de uma programação de intenções de investimentos que já existia previamente. Não há elementos novos."

CARREGANDO :)

Segundo Lourenço, boa parte dos investimentos já fazia parte da programação do governo estadual e das empresas públicas – como os que se referem à pavimentação de estradas. O ponto positivo, diz Lourenço, está na importância de anunciar um programa que tenha o compromisso de melhorar a infra-estrutura do estado. "O Paraná perdeu muito nos últimos anos no que se refere à capacidade de atração de indústrias, principalmente por causa da deterioração na área de infra-estrutura." Contudo, segundo o professor, os investimentos nos próximos quatro anos estão aquém das necessidades do Paraná.

O professor de Economia da FAE Christian Luiz da Silva também concorda que os investimentos anunciados já faziam parte de uma programação previamente estabelecida. Mas ele vê pontos positivos: "Uma questão interessante foi a distribuição de recursos para as regiões que necessitam de estímulo externo para se desenvolver".

Publicidade

Silva aponta ainda que os investimentos das empresas estatais são uma maneira de o governo suprir sua carência de recursos. Outra possibilidade, segundo ele, seria a busca de parcerias com a iniciativa privada, com regras claras, e que não fossem alteradas.

Já o vice-presidente do Conselho Regional de Economia e professor de Ciências Econômicas da PUCPR, Carlos Magno Bittencourt, considera boa a iniciativa estadual. Mas ele vê a necessidade de que o plano seja realmente executado, diferentemente do que ocorre com o PAC do governo federal. "É uma soma vultosa, importante para a economia paranaense. Porém, não pode acontecer o mesmo que ocorreu no governo federal, que até agora não investiu o que foi programado."

Bittencourt lembra também a importância da participação das empresas estatais para o estímulo do crescimento. "Como os recursos do estado são escassos, utiliza-se outros meios possíveis, no caso, as empresas estatais, que têm um peso considerável na economia paranaense."