O ministro das Relações Institucionais, Jacques Wagner, negou nesta segunda-feira que o governo Lula tenha optado pelo apoio irrestrito ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP), acusado de receber de um empresário uma mesada de R$ 10 mil, o chamado 'mensalinho'. No domingo, em entrevista coletiva, Severino afirmou que teria apoio do Executivo uma vez que seu partido constituiu a base do governo. O ministro foi taxativo:

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- O tribunal é a Câmara, e não o governo. Não existe a figura do apoio ou da condenação. Nós queremos que as investigações sejam feitas. Tratam-se de dois poderes (Executivo e Legislativo) que devem ter relações independentes. Portanto, Lula não vai se manifestar sobre o mérito dessa questão. O presidente entende que esse assunto deve ser tratado nos trâmites da Câmara - disse Jacques Wagner, antes de participar de um seminário sobre reforma política na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Segundo o ministro, a preocupação central do governo é que o caso que envolve Severino se resolva o quanto antes.

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- A preocupação central do Executivo é que a solução, seja qual for, chegue o mais rápido possível para que a Câmara possa ter sua normalidade institucional - disse Jacques Wagner, que ouviu Severino dizer no domingo à tarde, antes da coletiva, que sentia-se caluniado.

Ao responder sobre se responsabilizaria a oposição pela eleição de Severino, o ministro disse que disputas políticas fazem com que muitas vezes as pessoas percam o bom senso e a racionalidade.

- A disputa política é a alma da democracia. Toda vez que a disputa política faz com que as pessoas percam o bom senso e a racionalidade, ela não serve à democracia - disse ele.

Jacques Wagner disse ainda que não se deve fazer pré-julgamento em relação às denúncias contra Severino. Disse que o país está neste momento de crise com uma taxa alta de excessiva excitação em relação a denúncias.

- Isso faz com que qualquer coisa pareça o fim do mundo. É preciso baixar essa taxa de excitação para que as coisas não caiam numa vala comum.

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