O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou na abertura de sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado que há um “amadurecimento de instituições” e que o seu trabalho a frente do Ministério Público Federal foi desenvolvido com isenção ao longo desses dois anos. Janot fez uma balanço rápido, em 12 minutos, do seu trabalho. Ele afirmou que estão em apuração “graves casos de corrupção” no país. Questionado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), o procurador-geral negou “veementemente” a existência de um “acordão” com o governo da presidente Dilma Rousseff e chamou esse tipo de acusação de “factoide”. Primeiro a chegar à CCJ, Fernando Collor (PTB-AL) acompanha na primeira fila, bem em frente à cadeira de Janot
“Acho engraçado como esses factoides aparecem. Eu nego veementemente a possibilidade de qualquer acordo que possa interferir nas investigações”, disse Janot.
Ele afirmou que, para fazer um eventual “acordão”, teria de tratar disso com 20 colegas procuradores que o auxiliam no gabinete e com os delegados da Polícia Federal (PF) que investigam políticos com foro privilegiado. “Isso aí é uma ilação impossível”, afirmou.
O procurador-geral afirmou não conhecer os caminhos da política: “Há mais de 36 anos, eu fiz opção pelo direito. Há 31 anos, optei pelo Ministério Público. A essa altura da minha vida, não deixaria os trilhos da atuação técnica para me embrenhar por um processo que não domino e não conheço, que é o caminho da política. Sou e ajo como MP. Não há possibilidade qualquer ‘acordão’, por um motivo muito simples: todo o material é inteiramente aberto ao conhecimento de toda a sociedade brasileira, e o MP passa a ser escrutinado pela sociedade, quando não existe mais sigilo”.
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