Onyx Lorenzoni (DEM-RS): briga com Renan durante relatoria do pacote das Dez Medidas Contra a Corrupção.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu o arquivamento de uma queixa-crime apresentada pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pelos crimes de calúnia, difamação e injúria. Onyx processou Renan em razão de declarações dadas em 1.º de dezembro, quando o senador disse que o nome de deputado parecia nome de chuveiro e que pesava sobre ele a acusação de ter recebido recursos de caixa dois. Janot entendeu que Renan está protegido pela imunidade parlamentar para manifestação de seu pensamento. A decisão caberá ao ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

CARREGANDO :)

Onyx Lorenzoni foi relator na Câmara do projeto de lei de iniciativa popular das dez medidas contra a corrupção. As propostas foram formuladas pelo Ministério Público e receberam o apoio de mais de 2 milhões de brasileiros antes de chegar ao Congresso. Na ocasião, Renan, que era contrário ao pacote de medidas, fez um trocadilho entre o nome do deputado e uma marca famosa de chuveiros. Ele também fez uma referência ao teste de integridade, uma espécie de “pegadinha” prevista no projeto original em que é simulada uma situação para averiguar se o servidor é imune à corrupção.

Confira motivos para comemorar (e outros para lamentar) no aniversário da Lava Jato

Publicidade

“Não houve aqui agressão ao relator da matéria, Onyx Lorenzetti. Parece nome de chuveiro, mas não é nome de chuveiro, com todo respeito. E, em favor dele, eu queria dizer é que o teste de integridade vai fazer falta. É que pesava sobre ele (Onyx) uma acusação de ter recebido caixa dois da indústria de armas e era a oportunidade para ele, nesse teste, pudesse demonstrar o contrário, com o meu apoio”, disse Renan Calheiros na época.

“O querelado (Renan) agiu com irrefutável consciência e vontade de atingir a honra do querelante (Onyx), dolosamente, escolhendo o meio adequado para enxovalhar a dignidade deste, direcionando com milimétrica precisão o seu objetivo e aproveitando-se da grande repercussão na mídia que tais declarações alcançaram, como forma de causar o maior dano possível à imagem e honra do querelante, mediante a imputação a este de conduta criminosa bem como achincalhando de forma vexaminosa o próprio nome deste, ridicularizando-o perante toda a sociedade”, afirmou Onyx na ação.

O pacote das dez medidas foi aprovado na Câmara em novembro do ano passado, mas acabou desfigurado. Várias propostas originais foram suprimidas. E foi incluída a previsão de punir juízes e integrantes do Ministério Público por crimes de abuso de autoridade. Em 2 de dezembro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) acionou o STF contra a aprovação da proposta, por entender que os crimes de abuso de autoridade são uma questão estranha ao pacote. Em 14 de dezembro, o ministro Luiz Fux, do STF, deu liminar, suspendendo a tramitação do projeto. Ele exigiu que a Câmara adotasse o rito previsto em seu regimento interno para propostas de iniciativa popular.