O governador Jaques Wagner tomou posse na manhã desta segunda-feira em uma cerimônia festiva, na Assembléia Legislativa da Bahia, em Salvador. O ministro da Defesa, Waldir Pires, representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante a transmissão de cargo, no Centro Administrativo da Bahia, ex-governador Paulo Souto (PFL) elogiou e foi elogiado pelo sucessor. O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL), cacique político da Bahia, não compareceu ao evento.
Jaques Wagner, que desfilou em carro aberto pelo Centro Administrativo (um modelo Inpala, de 1959), seguiu para Brasília, onde acompanhará a posse do presidente Lula.
Transformado em símbolo do PT, o novo governador da Bahia promete se inspirar no presidente Luiz Inácio Lula da Silva e centrar o foco de seu governo na área social (educação, saúde, trabalho e renda). Wagner diz que o governo Lula será fonte de convênios e recursos para que possa promover as mudanças necessárias.
- A cara do meu governo será a do social - avisa Wagner, eleito em primeiro turno para o lugar de Paulo Souto (PFL), numa vitória inesperada.
À semelhança do governo federal, criou quatro secretarias: Cultura (desmembrada do Turismo), Relações Institucionais, Desenvolvimento e Integração Regional e Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e de Políticas para as Mulheres, que se somarão às outras 17 já existentes. Elas vão adequar a estrutura estadual a federal, facilitando a interface dos projetos.
O petista assume o governo baiano após 16 anos seguidos de centralização do poder nas mãos dos carlistas - força política liderada pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), seu opositor político histórico - e diz ter duas missões: uma política e outra administrativa.
Ele diz que quer fazer da Bahia um território "livre da truculência e da intolerância":
- Fui eleito governador e não imperador. Vamos ensinar àqueles que não conseguiram se desvencilhar do aprendizado do período dos governos militares, que divergência se trata no diálogo, negociação e votação. É assim que se discutem diferenças - disse.
Sob o aspecto administrativo, Wagner promete provocar uma revolução nas áreas de saúde, educação e geração de emprego e renda.
Sobre o trato com o dinheiro público, Wagner diz que, a partir de janeiro, quem vende produtos ou serviços para o estado vai ter que oferecer mais qualidade com menor preço.
- A era do carimbo acabou, afirma, sugerindo que não haverá protecionismo político. As concorrências serão realizadas às claras. Vamos buscar o ISO 9000 em transparência - afirma Wagner, dizendo que pretende manter permanente negociação com o funcionalismo para resolver uma antiga queixa, um arrocho salarial de 16 anos.
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