O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) recebeu várias ameças e pediu proteção à segurança da Câmara. "Cuidado para onde você vai", diz uma das mensagens enviadas ao deputado nas redes sociais. O parlamentar é um dos articuladores da criação de uma frente suprapartidária contra a permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Wyllys se reuniu na quarta-feira com funcionários do gabinete da Ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que ficaram preocupados com a campanha difamatória. Segundo a assessoria do deputado, a ouvidoria do ministério pedirá proteção da Polícia Federal. O sistema de atendimento.
Em um vídeo divulgado pelo Twitter, Feliciano ataca adversários políticos e opositores do parlamentar. A narração fala que a Comissão de Direitos Humanos 'sempre foi presidida por simpatizantes de movimentos homossexuais'. O vídeo mostra quem são opositores de Feliciano e cita, entre outros, o deputado Jean Wyllys , chamados de 'líderes que fazem discursos políticos inflamados no preconceito contra cristãos'. A assessoria jurídica de Jean Willys, em conjunto com outros parlamentares, protocolou representações criminais contra os criadores e divulgadores do material.
Pastor está cada vez mais isolado
É cada vez mais delicada a situação de Marco Feliciano à frente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara, que agora também enfrenta a pressão do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O presidente passou o dia ontem tentando convencer Feliciano - e o próprio PSC - a renunciar ao cargo, mas o parlamentar resiste. A pressão de Alves saiu dos bastidores. Ele chegou a puxar o líder do partido, André Moura (SE), pelo braço e o arrastou para uma conversa num canto do cafezinho da Câmara, na frente dos jornalistas.
Henrique Alves queria uma definição ontem mesmo, o que não ocorreu. Após reunião com lideranças do PSC, no início da noite, Alves anunciou apenas que o partido prometeu uma solução futura sobre o caso. Feliciano não apareceu para o encontro. Também participou dessa negociação o vice-presidente do PSC, pastor Everaldo Pereira, considerado o homem forte do partido.
"Tive uma conversa, fiz um pedido ao líder do PSC (sobre o destino de Feliciano) em razão das dificuldades que estão ocorrendo na Comissão de Direitos Humanos e que o Brasil inteiro acompanha. Foi uma conversa muito séria, e obtive do PSC (o compromisso) que será apresentada nos próximos dias uma solução respeitosa para todos. Nesse assunto tem que haver maturidade, acredito no entendimento e vamos respeitar o tempo", disse Henrique Eduardo Alves.
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