Depois de receber a "Ordem do Mérito Naval" do Comando da Aeronáutica, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou que a Controladoria Geral da União (CGU) vai fazer um levantamento total dentro da Infraero. O ministro contou que o trabalho já foi acertado com o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, e que na próxima semana deve ser escolhida uma pessoa para acompanhar os procedimentos da estatal.
Mais cedo, o novo presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, havia dito que não vai acompanhar as investigações abertas contra ex-diretores da estatal, que ficarão a cargo da própria CGU. Disse que não vai cuidar do passado e que pediu à controladoria e ao Tribunal de Contas da União (TCU) que acompanhem as ações da empresa a partir de agora.
Gaudenzi disse ainda que, na reunião de quinta-feira com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ficou acertado que haverá mais recursos do programa de aceleração do crescimento (PAC) para obras nos aeroportos. Segundo ele, os R$ 3 bilhões previstos no PAC até 2010 podem ter sua liberação antecipada, conforme cronograma aprovado. Disse também que é preciso fazer obras de recuperação inclusive em aeroportos da Força Aérea Brasileira (FAB) e discutir a realocação do aeroporto do Ilhéus, que, segundo ele, é quase um porta-aviões e fica num local perigoso.
Gaudenzi afirmou que os investimentos nos aeroportos brasileiros devem priorizar obras em pistas, pátios e na compra de equipamentos de controle de vôo como medidas de segurança.
Depois de participar de reunião com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e todo o conselho da Infraero, Gaudenzi, anunciou a escolha de três novos diretores da empresa, que, segundo ele, são indicações absolutamente técnicas. O brigadeiro Cleonilson Nicácio Silva, hoje chefe do Estado-Maior da Defesa, foi indicado para a diretoria de Operações, substituindo Rogério Amado Barzelay.
O novo diretor de Administração será Raimundo José Miranda Souza, que vai substituir Marco Antônio Marques de Oliveira, investigado pela CGU. Severino Pereira de Rezende Filho será o novo diretor de Engenharia, no lugar de Eleuza Terezinha dos Santos Lores, também investigada em sindicância interna da Infraero e da CGU.
Gaudenzi disse que pretende anunciar os outros dois dirigentes na próxima semana e afirmou que o ministro Nelson Jobim lhe deu total liberdade para fazer as indicações.
Obras de ranhuras em Congonhas concluídas até o Sete de Setembro
Gaudenzi confirmou que as obras para colocação de grooving (ranhuras) na pista principal do aeroporto de Congonhas será encerrada entre 6 e 7 de setembro, conforme afirmara Jobim no início da semana , e que as do aeroporto de Cumbica em Guarulhos, começarão na semana que vem, pelo meio da pista, e não pelas cabeceiras, como estava previsto. Gaudenzi disse que, nessa fase, a pista principal de Guarulhos terá que ser interditada e pediu a colaboração da imprensa para divulgação do cronograma de obras. Gaudenzi explicou que a Infraero decidiu antecipar a obra para que a pista não fique fechada no período de férias, quando o movimento aumenta. A obra deve durar entre 50 e 60 dias.
Segundo a Anac, em Cumbica as obras na pista serão feitas em três etapas. Na primeira fase, que começará na próxima segunda-feira, 20 de agosto, as obras ocorrerão na parte central com interdição total da pista até 10 de outubro. A segunda etapa das obras ocorrerá no período de 11 de outubro a 30 de novembro na cabeceira 9L, com interdição de 1.700 metros da pista.
A pista funcionará com restrições nos outros 2 mil metros. Após essa etapa, o Aeroporto de Cumbica funcionará sem restrições de 1º de dezembro de 2007 a 31 de março de 2008, período de férias e de maior movimento nos aeroportos. Já a última fase das obras, na cabeceira 27R, começará em abril e terminará em junho de 2008, período em que a pista do Aeroporto de Guarulhos funcionará com 2.000 metros e com restrições.
Jobim: Obras não causarão transtornos em Guarulhos
Jobim disse que não acredita que haverá transtornos no aeroporto de Guarulhos com a interdição da pista principal, que está com problemas de fissuras. A interrupção de pousos e decolagens foi necessária porque o governo decidiu começar as obras pelo meio da pista.
- Teríamos dificuldades sim se tivéssemos que fechar a pista nos meses de chuva (dezembro e janeiro) - disse Jobim.
No aniversário de um mês do acidente da TAM em Congonhas que matou 199 pessoas , o ministro da Defesa afirmou nesta sexta-feira que o governo continua trabalhando para aumentar a segurança de vôo, mas lamentou que as ações tomadas pelo governo ainda não tenham convencido a população de que a segurança melhorou.
- A percepção da segurança não coincide ainda com a segurança que estamos obtendo. Estamos trabalhando para afirmar a segurança e também melhorar a percepção dessa segurança - disse.
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